Produtos desenvolvidos em Pinda são destaque em prêmio de gastronomia

Arroz preto e as Plantas Comestíveis Não Convencionais pesquisadas no município foram estrelas do menu desenvolvido pela Apta

O menu servido em uma das principais premiações da alta gastronomia brasileira foi produzido com ingredientes selecionados, desenvolvidos ou identificados pela pesquisa paulista. Entre os produtos que se destacaram no cardápio estavam o arroz preto e as Pancs – Plantas Alimentícias Não Convencionais, pesquisados pelo pólo regional da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em Pindamonhangaba.
A instituição serviu o cardápio “Da Apta ao prato: Uma pitada da ciência paulista nos sabores do Brasil” no evento Melhores do Ano Prazeres da Mesa/Rede, na semana passada, na Capital paulista. A interação entre a pesquisa, produtores e chefs foi elogiada por grandes nomes da gastronomia brasileira, como Alex Atala, chefe do DOM, e Rodrigo Oliveira, chefe do Mocotó.
O jantar servido para convidados foi preparado por Luigi Rea, Danielle Blaquez Massa e Carla Keiko, chefs de cozinha parceiros das pesquisas da Apta. O cardápio contou também com outros ingredientes como mandioca amarelinha, batata-doce, cará, urucum, cogumelos, truta e cachaça de alambique – todos selecionados ou desenvolvidos pela Apta e seus Institutos de pesquisa.
“O objetivo da participação da Apta na premiação foi apresentar aos gastrônomos do Brasil o que a pesquisa científica paulista tem a oferecer”, resumiu Daniel Gomes, pesquisador da Agência. Para Silvio Tavares, diretor da Apta Regional, a participação no evento foi uma oportunidade para mostrar a inovação da pesquisa agropecuária paulista. “Se inovamos, subimos mais um degrau e todos ganham com isso. São Paulo mais uma vez provou que tem condições de subir mais degraus, de ir além. A Apta fez isso neste evento”, comemorou.
Interação
Grandes chefs de cozinha aprovaram a interação entre eles e a pesquisa. Para Alex Atala, chefe do DOM, premiado no evento na categoria “Restaurante do Ano”, toda pesquisa é importante quando unida com mercado, produção e indústria. “O arroz preto é um caso da relação entre o pequeno produtor rural, o cozinheiro e a pesquisa. É um produto que floresceu, que está desde as lojas mais finas de gastronomia até as redes de distribuição popular e transformou o Vale do Paraíba”, afirmou.
As Plantas Alimentícias Não Convencionais já são queridinhas dos chefs e são exemplo de como a pesquisa científica pode auxiliar os restaurantes. O Polo Regional de Pindamonhangaba desenvolve trabalhos com diversas espécies de Pancs. As pesquisas envolvem a transferência de tecnologias relacionadas ao manejo das Panc, propagação de sementes e forma de preparo dos alimentos. No evento, a Apta utilizou jambu e ora-pro-nóbis para preparar risoto de arroz preto e quirela de porco na cachaça, respectivamente.
Desde 2015, a Apta tem realizado diversas ações para aproximar a pesquisa do universo gastronômico do País. Daniel Gomes participou da edição de 2015 e de 2016 da Semana Mesa SP, com a apresentação de cogumelos, cafés especiais e palestra sobre as apostas da agricultura paulista na linha dos chefs.

Imagens: Divulgação
  • Além das Pancs, batata-doce,truta e cogumelos estavam no cardápio