Sistema artificial pode deixar cidades brasileiras mais agradáveis

COLABOROU COM O
TEXTO: Joyce Dias

De acordo com a Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a inteligência artificial pode auxiliar para que cidades do Brasil fiquem mais agradáveis. Isso devido aos chamados “sistemas adaptativos complexos” que viabilizam ferramentas preditivas e de modelagem computacional para atrair o bem-estar das cidades.
Os sistemas adaptativos complexos é uma nova metodologia na arquitetura e urbanismo que no Brasil já conta com um projeto inicial de modelagem da volumetria urbana, que é o conjunto de dimensões de uma construção. É possível por meio deste sistema, entender as cidades em seus atributos performativos e não por meio de regulação prescritiva.
Em um projeto de pesquisa, foi abordada a interação da metodologia com o urbanismo, que é uma área que está iniciando e está em fase de adaptação. Já que o arquiteto antes de agir, precisará se programar e levantar questões.
A pesquisa que estudou esse método “Complex adaptive systems and rule-based design: applications in architecture and urban design”, foi coordenada pela professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Maria Gabriela Caffarena Celani, com apoio da Fapesp e da Universidade de Melbourne, na Austrália.

Embora a modelagem de sistemas adaptativos complexos tenha se originado nas ciências físicas e naturais, ela pode oferecer um quadro teórico multidisciplinar melhor para estudar, analisar e conceituar cidades sustentáveis e mais agradáveis para os moradores.
Uma ferramenta do sistema adaptativo complexo, “autômatos celulares”, foi estudada a partir de sua aplicação no projeto da volumetria urbana.Com ela é possível analisar como uma célula vai impactar as que estão ao seu redor, assim como ocorre em uma estrutura, um lote ou uma cidade.
O algoritmo do sistema faz uma espécie de varredura em todas as células da grade e identifica as condições locais em cada célula, agindo a partir do que existe ao seu redor.
A ideia, segundo a professora Gabriela Caffarena Celani, é com o uso dos sistemas adaptativos complexos, fazer simulações preditivas e testá-los. Outro aspecto comentado pela professora é a importância dos “autômatos celulares” para se fazer um plano diretor, já que no futuro será possível fazer simulações sobre o efeito de regulamentações que são condicionais ao local.