Vizinhança Solidária: Uma corrente do bem

Com o objetivo de resgatar a percepção de segurança em uma determinada região, vizinhos deixam de lado possíveis indiferenças e se unem por um bem comum: a segurança no bairro. Estamos falando do “Vizinhança Solidária”, uma iniciativa do policiamento comunitário da Polícia Militar, que, por meio da união de moradores, busca prevenir furtos, roubos e outros delitos, sobretudo, com a mudança de atitude.
“Mudar o comportamento é fundamental para que as ações tenham resultados”, afirma o comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar em Pindamonhangaba, capitão Ricardo Prolungati. “Quando as pessoas passam a entender que segurança não é apenas papel da polícia, mas que moradores e setor público podem ajudar com ações primárias como por exemplo, manter os terrenos limpos, os portões fechados, os veículos trancados e comunicar à polícia sobre atitudes suspeitas no bairro, podem evitar crimes, elas estão contribuindo para a redução ‘oportunidades’ e de ocorrências.
De acordo com o capitão, o programa “Vizinhança Solidária” é um forte aliado no combate a pequenos delitos; e até crimes maiores são evitados. Desde que os moradores sigam as orientações corretamente. “A primeira ação é a sensibilização, por meio de palestras. Depois, a mudança de postura por parte dos moradores. A união, o respeito e as ações conjuntas são os ingredientes finais para o sucesso do programa”, disse. “Indicadores oficiais revelam que a criminalidade reduz consideravelmente em locais que têm a iniciativa ativa”.

Solidariedade e ação

Fomos até o Jardim Yassuda em Pindamonhangaba para conversar com os moradores sobre os resultados do programa. Eles participam de palestras, criam grupos no Whatsapp e se comunicam, sempre que necessário, sobre movimentações suspeitas. Com isso, conseguiram quase zerar as ocorrências no bairro.
“Desde outubro, quando realizamos a primeira reunião e decidimos implantar o programa, só vimos vantagens”, comenta Alexandre Pereira Costa, que é tutor em sua rua. Ele mora no bairro há 14 anos, e conta que, no início, muitas pessoas tiveram receio em fazer parte, mas acabaram demonstrando interesse depois que já estava implantado. “Isso é natural, porque as pessoas não conhecem direito o programa e não querem se expor. A partir do momento que todos percebem os benefícios que as ações trazem, a adesão vai acontecendo gradualmente e ganhamos força.”
Para Vanessa Di Biasi, moradora do local há 11 anos, que é também tutora no bairro, “tratar no grupo apenas assuntos relacionados à segurança traz credibilidade e objetividade às nossas ações, pois não é pelo fato de fazermos parte de uma ação conjunta que não temos nossa privacidade a zelar. Aliás, isso é fundamental”, afirma. “A união de todos também é de extrema importância. Hoje, quando percebemos qualquer atitude suspeita, já mandamos mensagens no grupo e se precisar, acionamos a polícia.”
Além dos moradores do Jardim Yassuda, comerciantes da região central da cidade já se aderiram ao programa por meio da Acip (Associação Comercial e Industrial de Pindamonhangaba). Os bairros Mombaça, Lessa e Parque das Palmeiras estão em fase de implantação do programa.
Quem tiver interesse em ter o programa “Vizinhança Solidária” em sua região deve procurar o presidente da associação de bairros (ou outra liderança) para que entre em contato com a Cia. da PM e comecem a fase de implantação.

Imagens: Divulgação
  • Residências ganham placas de identificação e a entrada do bairro também ganha uma placa maior, caso moradores queiram, sempre custeada pela comunidade