Vanguarda Literária : ESCRITORES RUSSOS NO SÉCULO XX
A Literatura Russa, no século XX foi fortemente marcada pela opressão do regime político que se instalou naquela parte do mundo após a Revolução Bolchevique de 1917. No início do século XX, vários escritores russos, críticos e prosadores produziram muito, e, no âmbito da poesia destacou-se o trio: Valeri Brinsov, Alexander Block e Boris Bugaiev. Merece uma menção muito especial o escritor Ivan Bunin (1870-1953), perseguido pelo regime comunista e exilado na França, Bunin já era brilhante antes mesmo de receber o Prêmio Nobel de Literatura (foi o primeiro russo a recebê-lo, em 1933), pois fora condecorado em seu país com o mais alto prêmio da Academia Russa de Ciências. Bunin escreveu sobre as tradições da Rússia Clássica. Foi elogiado por escritores europeus consagrados como Rilke, Thomas Mann e André Gide. Entre as suas obras mais conhecidas no Ocidente se destacam: “Lazarus” (1918), “The Gentleman from San Francisco ando other storie“ (1922) e “Mitya´s Love” (1926). Há muitos anos, li o impressionante “Lazarus”, numa magnífica tradução francesa. Bunin tem vários livros editados no Brasil.
Historicamente sabemos que, fundada a URSS, surgiu uma nova escola de pensamento denominada Realismo Socialista, cujo fundador foi Máximo Gorki, cuja finalidade era conscientizar e transformar a sociedade russa, buscando novas formas e nova linguagem, como se pretendesse uma ruptura com o passado, dele fazendo parte: Maiakovski, Leonov e o dramaturgo Simonov. Era o período stalinista caracterizado por forte controle do Estado e ausência de liberdade de expressão na União Soviética. Com a morte de Stalin, alguns escritores passaram a questionar (muito timidamente) a União Soviética. E, para se ter uma ideia dessa opressão oficial sobre os intelectuais da época, basta citar que Boris Pasternak (autor de “Doutor Jivago”, que foi ‘as telas’ em Hollywood) não pode ser lido na Rússia até 1987 e, fato marcante: em 1958, foi-lhe concedido o Nobel de Literatura, o qual foi recusado, evidentemente por pressões oficiais do Regime Comunista.
A partir da década de sessenta, o crítico e erudito Yrev Siniavski teve a coragem de criticar o Realismo Socialista, as suas bases doutrinárias, tendo como prêmio a condenação a trabalhos forçados na Sibéria.
Em 1970, Alexander Soljenitsin recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, claro, sob críticas e condenação do governo da sua pátria e de escritores aliados ao regime. No período pós-stalinista, vários escritores russos tiveram as suas obras denominadas de “Literatura ilegal” pelo governo, inclusive as obras de Joseph Brodsky, Prêmio Nobel de Literatura em 1987.
Por esses breves comentários, percebe-se que a literatura russa é rica com quatro prêmios nobéis: Bunin(1933), Boris Pasternack (1958), Soljenitsin (1970) e Brodsky (1987).
Em 1991, houve colapso da União Soviética. Surgirá uma nova era caracterizada por liberdade de criação na literatura russa? A história irá nos dizer.