Residentes de lar de idosos ganham a companhia de animais
Colaborou com o texto: Dayane Gomes
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Em dois dias da semana, as manhãs têm ares de expectativa de acolhimento aos convidados especiais. O grupo de anfitriões e os visitantes de quatro patas trocam afeto mutuamente, até porque, de acordo com as palavras do icônico cientista Charles Darwin, “a compaixão para com os animais é uma das mais nobres virtudes da natureza humana”. E assim é o cotidiano do projeto “Cidadania Ativa” do Lar Irmã Terezinha de Pindamonhangaba, desde o seu início em agosto de 2017.
As atividades com cachorros são administradas pelo dono de um empreendimento dedicado à interação dos pets com os seres humanos. “A ‘GoWalk’ é uma empresa criada com o objetivo de promover saúde, bem-estar e convívio harmonioso entre cães e seus proprietários. Através de treinamentos, consultas comportamentais, cursos, workshops e passeios nós buscamos gerar conhecimento para os proprietários e atividades físicas e mentais para os animais”, explica José Moutella, o Dog Walker administrador da firma.
Apoiado nessa concepção, o lar de acolhimento a idosos incluiu os exercícios com caninos na grade do “Cidadania Ativa”, nas segundas e quartas-feiras, das 9 às 10 horas. Logo, os cuidadores, enfermeiros e auxiliares se uniram a cerca de 45 a 50 residentes para participar das práticas em que o cão é conduzido e treinado por Moutella. “No caso do Lar Irmã Terezinha, o foco é proporcionar o bem-estar através da relação com o animal. Não apenas dos residentes, mas de todos os funcionários também”, citou o adestrador.
As Atividades Assistidas por Animais consistem em movimentos recreativos que visam a melhoria da qualidade de vida das pessoas, desenvolvendo oportunidades motivacionais, educacionais, emocionais e/ou cognitivas para grupos como os idosos moradores de asilos, que convivem com uma carga de stress por viverem em um ambiente diferente da sua casa. Além disso, os moradores do lar são beneficiados pela troca de carinho com os cachorros, já que muitos não recebem visitas de familiares com frequência.
“Eles podem trabalhar a memória vivenciando um passado, aonde tinham seus próprios animais. Criam vínculo e sentem-se verdadeiros amigos dos cães, que são selecionados rigorosamente de acordo com suas características a partir de avaliações específicas por profissionais, pelos educadores caninos”, citou José Moutella.