A experiência de se tornar campeão mundial
Marcos Paulo Leal Ferreira, do atletismo, se consagrou campeão mundial escolar no último dia 6
Colaborador especial:
Víctor Belmonte
Quando alguma criança começa a praticar alguma modalidade esportiva, rapidamente cria a ambição de conseguir grandes resultados ou participar de importantes competições. Muitas vezes, isso se dá por assistir a campeonatos e assim ter contato direto com a modalidade de alto rendimento.
Apesar de, com Marcos Paulo, ser diferente – no início da sua trajetória no atletismo não pensava em se tornar um grande atleta, apenas praticava a modalidade –, em alguns anos de treinamento conquistou esse sonho que é almejado por muitas crianças.
Marcos Paulo começou a praticar o atletismo por conta da “Escola de Excelência”, ou como é mais conhecida “Escola Olímpica”, há seis anos. Na época, estudava perto da sua casa, no bairro Cidade Nova, e passara a frequentar a Escola Estadual Dirce Aparecida Pereira Marcondes, situado mais ao centro de Pindamonhangaba.
O atletismo não foi a sua primeira escolha de modalidade esportiva a praticar – mas a que ele foi selecionado –, e a partir de então passou a estar nas pistas de atletismo do Centro Esportivo João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo”, todos os dias.
É no “João do Pulo” que Marcos treina até hoje. Diariamente, passa as tardes nas pistas fazendo treinamentos de velocidade e técnica, e também na academia, onde realiza fortalecimento muscular para que consiga melhores desempenhos.
Em 2017, Leal, como é chamado carinhosamente por amigos mais próximos, foi convocado pela Seleção Brasileira para participar da sua primeira competição internacional: os “Jogos Sul-Americanos da Juventude”, no Chile. Em território estrangeiro, conquistou a medalha de ouro nos 110 metros sobre barreiras.
Já em 2018 participou da seletiva da Gymnasiade, competição equivalente ao “Campeonato Mundial Escolar”, que ocorreu em São Paulo, no Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro. A seletiva era a única chance de classificação para o mundial e contou com participantes de todas as regiões do Brasil.
Para obter-se a classificação era necessário ficar pelo menos em segundo lugar, pois o Brasil possuía duas vagas em cada prova na competição. Marcos Paulo venceu a prova e se classificou para a Gymnasiade – que neste ano teve como sede Marrakech, uma das cidades africanas mais populosas do Marrocos.
O desafio do
primeiro mundial
Viajar para um país africano é uma grande experiência para qualquer atleta. Conhecer uma cultura totalmente distinta e passar a se adaptar rapidamente ao fuso horário (Marrakech tem diferença de quatro horas em relação ao horário de Brasília), à comida e aos costumes.
A preocupação de Marcos era exclusivamente a competição. Sabia que estava competindo apenas com atletas muito bons, e que mereciam tanto quanto eles estar ali. Ele viajou para a África sendo o líder do ranking brasileiro Sub 18 dos 110 metros sobre barreiras. Uma importante marca, mas apenas ela não faria dele o campeão da competição.
Concentrado, Marcos correu forte, e passou bem as 10 barreiras. Ao fim, ganhou a sua bateria com o tempo de 13 segundos e 99 centésimos, apenas dois décimos acima da sua melhor marca pessoal, e no ano era o melhor tempo que tinha feito.
A classificação estava assegurada, o atleta que, até então, possuía o quinto melhor tempo da competição, agora passara a ter o melhor. Dentre os oito classificados, o que tinha o menor tempo era Marcos Paulo.
Cerca de três horas depois seria a final. Porém Marcos ainda tinha mais um empecilho: uma dor em sua perna esquerda. Dor essa que não atrapalhou durante a final, segundo o atleta, a adrenalina estava tão alta que nem sentiu dor e assim não teve que se preocupar com isso. Pôde fazer uma corrida solta e forte, o que lhe proporcionou o posto de campeão mundial.
Marcos Ferreira pulverizou a sua antiga melhor marca, completou os 110 metros em 13 segundos e 76 centésimos, diminuindo mais de 20 centésimos.
2018, ano que
ainda promete…
Apesar de ter melhorado sua perfomance, o atleta não ficou completamente satisfeito com o tempo obtido. Consertando esses pequenos equívocos, Marcos pode enfim conseguir conquistar o seu grande e ambicioso objetivo da temporada: bater o recorde brasileiro Sub 18 dos 110 metros sobre barreiras.
O recorde está estabelecido desde 2001, quando em uma competição na Hungria, Thiago Dias completou a distância em 13 segundos e 41 décimos. Se conseguir bater o recorde brasileiro, consequentemente bate o recorde sul-americano, que também pertence a Thiago.
Mas esse não é o único objetivo de Marcos para 2018. Ele ainda participará de importantes competições neste ano, incluindo os “Jogos Olímpicos da Juventude”, que será em Buenos Aires, capital argentina e os “Jogos Sul-Americanos”, em Cuenca, no Equador, entre os dias 30 de junho e 1º de julho.