A aparição de um eclipse lunar e sua ciência
O fenômeno astronômico que aguça a visão da humanidade ocupou os céus mais uma vez em 2018
Colaborou com o texto: Dayane Gomes
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Ela representa o poder feminino, ao passo que caminha entre os astros e ocupa seu lugar no desbravamento astrológico. Para muitos é romântica, para outros é misteriosa. A unanimidade está na sua brilhosa presença vista nas noites límpidas ou quase livres de contrariedades temporais. Observá-la ganha maior notoriedade e afeição quando revestida por uma película excêntrica e pitoresca como a de um eclipse. A lua e seus movimentos renderam mais uma página na história do céu terrestre, em especial, no trecho que circunda o plano brasileiro, no dia 27 de julho 2018.
O eclipse lunar mais longo do século XXI aconteceu no final do mês conhecido pelas férias escolares do meio deste ano. A ocorrência em si tem temporariedade variante e raridade consoante, ainda mais quando traz o aspecto avermelhado em seu encalço, a chamada “Lua de Sangue”. A última em questão durou cerca de uma hora e 40 minutos, de acordo com o Observatório Nacional.
Um eclipse nada mais é que o alinhamento de três corpos celestes, um deles serve como fonte de luz, um deles serve como anteparo, uma espécie de barreira para a passagem da luz, gerando uma região de sombra, onde o terceiro corpo se posiciona – Maxsuel de Oliveira Ribeiro, professor de Matemática
Singularidade e representatividade
Alguns fatos presentes no nosso dia a dia são consequências diretas desses fenômenos e não fazemos ideia disso. A duração de um dia, a duração de uma estação, as condições climáticas, as marés, épocas de plantio e colheita, tudo isso só é possível de ser previsto e utilizado em nosso benefício graças ao estudo de fenômenos astronômicos, graças à compreensão de como, por exemplo, a proximidade da lua e a ação de sua gravidade age sobre a Terra. As grandes navegações que serviram de base para a expansão de grandes civilizações só foram possíveis graças ao estudo e compreensão do nosso céu, ao mapeamento das estrelas e a utilização dessas informações como referência para o deslocamento – Maxsuel de Oliveira Ribeiro.
O que é um eclipse lunar?
O satélite natural do planeta em que vivemos protagoniza um dos fenômenos astronômicos mais reverenciados pelos humanos curiosos. “No eclipse Lunar, a Terra se posiciona entre a lua e o sol, fazendo com que a lua não receba os raios solares. Esse tipo de eclipse acontece sempre nos períodos de lua cheia”, explica o docente pindense, Maxsuel de Oliveira Ribeiro. Tendo Licenciatura em Matemática, disciplina que leciona para estudantes de Ensino Fundamental e Médio, Ribeiro acredita que “ultimamente tem se dado grande destaque em nossas mídias e redes sociais a esse tipo de evento, muito mais pela beleza visual que eles nos proporcionam do que pelos efeitos que realmente causam em nossas vidas”.
Além do mais, a pluralidade da circunstância se divide na parcialidade ou totalidade da cobertura solar. Os eclipses parciais são aqueles em que apenas uma parte do corpo celeste é ocultada e os eclipses totais ocorrem quando todo o corpo celeste é bloqueado.
“Os eclipses que podem ser considerados raros são os eclipses totais, que dependem de um alinhamento Sol-Terra-Lua que não acontecem tão facilmente, já que a translação da Terra ao redor do sol e da lua ao redor dela não estão no mesmo plano”, analisa o professor pindense, que também dá aulas para estudantes de cursinhos preparatórios para vestibulares. Ou seja, enquanto eclipses parciais podem ocorrer até dez vezes em um ano, os fenômenos totais compreendem uma rareza. Aliás, o modo como as luzes solares são desviadas ao passar pela atmosfera perante a posição dos astros dão o tom vermelho, associado ao sangue.
Outro fator influenciador do campo de observação de um eclipse é o posicionamento geográfico. Também de acordo com o Observatório Nacional, o eclipse lunar do último mês pôde ser visto como total na parte leste do Brasil, já na parte oeste, foi somente como parcial.