Nossa Terra Nossa Gente : HISTÓRIA EXEMPLAR: HILDA CÉSAR MARCONDES DA SILVA
A fada madrinha da Academia Pindamonhagabense de Letras, Hilda César Marcondes da Silva (1910 – 1992), deixou para os filhos de sua Pindamonhangaba um legado literário de inigualável valor. Poeta, contista, romancista e conferencista, seus trabalhos foram publicados em jornais, revistas e editoras de renome nacional a partir dos anos 50.
Reuniu, ao longo de seus 81 anos de vida, seis livros, os quais tenho tido o privilégio de ler e reler. Obras que ocupam as estantes das bibliotecas e escolas pindamonhangabenses e que, por ora, indico às novas gerações como leitura indispensável àqueles que buscam conhecer a história de nossa terra e de nossa gente.
“As Três Irmãs de Judas” (1962), seu primeiro livro, conquistou o Prêmio Anchieta da Câmara Municipal de São Paulo pelos contos de belíssima tessitura. Os seus romances são obras de recomposição histórica e expressam cenas do Brasil antigo e das fazendas do Vale do Paraíba, dos primórdios de Pindamonhangaba e da Revolução de 32: “A Roda do Inferno” (1964), “Cruzeiro dos Cataguazes” (1964), “O Solar dos Passos Perdidos” (1974), “Capitão Via Sacra” (1978) e “A Última Trincheira” (1982).
Além dessa expressiva produção literária, Hilda ainda deixou obras inéditas (“Pindamonhangaba, Índia-Princesa”,“O Canto das Águas”,“Rosa de Espinho” e “Golfo da Memória”)que merecem vir à luz de nossos dias dados os esforços empreendidos pela autora para que tivessem sido publicados nos anos finais de sua vida.
De sua profícua colaboração em jornais e revistas (“A Gazeta”, jornal paulistano; “O Serrano”, semanário de Serra Negra; “Diário Popular” e revista “Palmeiras”, de Campinas; “7 Dias” e a “Tribuna do Norte”, de Pindamonhangaba;jornal “O Globo” e as revistas cariocas “Vida Doméstica”, “A Cigarra” e Fon-Fon”), podem ser compilados contos e poesias para a edição de futuras obras da escritora.
Além de ter sido um dos pilares na criação da Academia Pindamonhangabense de Letras e, por quase três décadas, ter presidido a APL, Hilda César Marcondes da Silvaainda encontrava tempo para participar ativamente de instituições literárias em âmbito nacional. Era membro da União Brasileira de Escritores, do Instituto Genealógico Brasileiro, do Instituto de Estudos Valeparaibanos e das Academias de Letras de Itajubá, de Piracicaba e do Vale do Paraíbae, como conferencista aclamada, partilhou seus conhecimentos Brasil afora.
O nome de Hilda César Marcondes da Silva consta como verbete no “Dicionário de Autores Paulistas” e no Quadro de Patronos Titulares da Academia Pindamonhangabense de Letras (Cadeira 30T). Estrela de primeira grandeza, Hilda soube, como ninguém, fazer da escrita o seu lugar sagrado, escrevendo a sua história de vida no céu de sua Pindamonhangaba.