Nossa Terra Nossa Gente : PINDAMONHANGABA, PRINCESA DOS OLHOS DE ROBERVAL e. DE GODÓI
Quem passeia pelas páginas do Facebook “Olhos de Pindamonhangaba”, ”Pindamonhangaba Cidadã” e “FOTOdialogando” deve ter se maravilhado com as fotografias de “Roberval e. de Godói” (com “e” minúsculo) e, também, com a arte estética e poética registrada nas fotos que só as meninas dos olhos desse pindamonhangabense do Distrito Industrial de Moreira César é capaz de ver e clicar.
Há muito, tenho acompanhado o trabalho fotográfico de Roberval nas redes sociais, e o que ele faz é um registro cotidiano do tempo vivo da memória da Princesa do Norte! Sem sair de casa, contemplo:a chuva de verão na Ladeira do Bosque, a imponente torre da Matriz refletida no espelho da galeria de lojas, ângulos surpreendentes do templo da Fazenda Nova Gokula,a Serra da Mantiqueira sob várias matizes de azuis, eoutras tantas imagens extraordinárias de nossa terra, de nossa gente que nem sempre somos capazes de apreender ou de registrar.
O menino que viveu até os seis anos na zona rural de Moreira César,na Fazenda Sapucaia, parece que veio ao mundo com a missãode revelar a beleza de sua terra natal para nós. As primeiras imagens que transfixaramsua alma de fotógrafo? As plantações de arroz da Fazenda Sapucaia. Quando ele foi encontrado pela fotografia? Na infância, pela máquina de retratose pelas caixas de fotografias de seu tio Jaime Ramos.
É à luz dessas centelhas que o operador de máquinas da Bundy Refrigeração Brasil foi encontrando os caminhos da fotografia, o seu olhar fotográfico, a sua arte, a expressão maior de sua alma. E, junto à arte de fotografar, a sua arte de escrever.
Em 2018, Roberval publicouseu primeiro livro literário:“No princípio… era o fim”. Em suas crônicas, mais do quenos revelara outra face do fotógrafo, oescritorRoberval apura outro sentido, o da escuta sensível: escreve como quem captura a dor e a beleza de existir e flagra o que nós nem sempre ouvimosde nossa alma ou da alma de outros seres.
Leitor assíduo deClarice Lispector, Dostoiévski, Henri Miller, Jane Austen, o jovem aluno de Ensino Médio da Escola Estadual Eunice Bueno Romero, no Pasin,teve incentivo de seu professor de Língua Portuguesa, Ademar Paes dos Santos e, com ele, aprendeu a cultivar o gosto pela leitura e pela escrita. Em breve publicará um romance (ainda sem título) e seu segundo livro de crônicas, “O homem do quarto”.
Das lentes de sua Cannon, flagro uma imagem extraordinária de Roberval e. de Godói: a vendedora de algodão doce no portão do Bosque da Princesa. Uma pintura! Uma poesia! Imagem de beleza ímpar.
Ao contemplar essa foto-Arte (Arte – com A maiúsculo!), nela vejo a síntese da arte fotográfica de Roberval Eugênio de Godói! E, para o artista que a capturou, eu digo: Feliz és tu, menino da Fazenda Sapucaia, que tendo visto tudo o que nós vemos, escolheu nos revelar o que não vemos. O pincel, a palheta,a experiência, a paciência, a agilidade, a precisão, o colorido,a perfeição e o extrato dasua pintura fotográficamerece estar presente em outras galerias não virtuais: nos museus de nossa cidade, na Galeria de Arte da Prefeitura de Pindamonhangaba, nassalas de espera dos Postos de Saúde e do Pronto Socorro, nas paredes de nossas bibliotecas, nos pátios e nos corredores de nossas escolas, nas capas de nossos livros e, para sempre, num livro de arte de sua autoria: “Pindamonhangaba, Princesa dos olhos de Roberval e. de Godói”.
Simplesmente porque o trabalho fotográficode Roberval e. de Godóitem o dom de nos fazer maravilharmo-noscomPindamonhangaba e de bendizermos a cidade que nos acolhe e, com sua beleza, embeleza nossos olhos, nosso olhar, nossa alma!