Lembranças Literárias : Vida e morte da figueira
Publicada dia 3 de outubro de 2019
Um dia ela nasceu à beira do caminho
e teve com as outras plantas a sua infância!
foi ganhando altura, linda, em seu cantinho
sem aspirar jamais o cetro da arrogância!
Os anos que passavam seu progresso viam,
na vestimenta verde-escuro da folhagem,
pois de seu tronco gigantesco então partiam
os múltiplos e fortes braços da ramagem!
Deu sombra ao caminhante, abrigo à passarada,
deu nome ao nosso bairro em que se via amada,
causando grande inveja à velha Mantiqueira!
Até que um dia, cambaleante e já cansada!
Velha, triste, agonizante, foi cortada,
deixando em todos nós saudade a vida inteira!”
Geraldo Pires, jornal Tribuna do Norte, 1º de agosto de 1987