Estudantes de fisioterapia criam protótipo de joelho mecânico de baixo custo

Colaborou com o texto:
Vanessa Muassab

Estudantes de fisioterapia, do Centro Universitário UniFunvic, construíram uma prótese externa de baixo custo, para amputação transfemoral, que é uma amputação na área da coxa, quando o fêmur é cortado. Para a protetização, são necessários um pé protético, uma articulação do joelho, adaptadores e elementos de conexão para o encaixe protético. A proposta dos estudantes de Pinda é criar um protótipo de joelho mecânico com baixo custo. O intuito não é substituir os existentes no mercado, mas sim, oferecer um modelo mais acessível, provisório, que possa ajudar o paciente durante o tratamento fisioterapêutico.
O projeto foi criado para o Trabalho de Conclusão do Curso, por três alunos e dois professores. Em 2017, Marco Aurélio Vaz e seus colegas Michael Douglas Carvalho Santos e Ramon Torres Aguiar decidiram criar o protótipo e realizaram um esboço inicial. Agregaram, além do conhecimento de fisioterapia, experiências que Marco possui de técnico de tornearia para a elaboração da prótese.
A elaboração e construção da prótese criada em Pinda utilizou materiais leves e de baixo custo. A matéria-prima utilizada foi extraída de latas de alumínio recicladas, além da utilização de rolamentos de skate e parafusos comuns. Foi feito um molde em madeira e depois um molde negativo em areia verde, e em seguida feito o derretimento do alumínio e a usinagem das peças.
O grupo participou de diversos congressos de Iniciação Científica e apresentará o TCC na próxima semana. “Agradeço muito aos meus amigos, Michael e Ramon, que sem a ajuda deles eu não conseguiria construir a prótese. Também do incentivo dos nossos professores, principalmente o de anatomia, pela agregação de conhecimento na nossa pesquisa”, ressalta Marco. O grupo espera conseguir uma bolsa de estudos para poder dar andamento ao projeto.

Prótese garantiria tratamento mais eficaz

Segundo os estudantes, o custo da prótese definitiva em casos de amputação do fêmur e a adaptação na perna amputada é muito alto. Às vezes leva-se anos até que o paciente consiga adquirir uma prótese.
Em vista disso, o modelo criado em Pinda, além de ser de baixo custo, permite que o fisioterapeuta elabore um plano de tratamento no consultório, com a prótese temporária.
Com isso, a adaptação do paciente será mais rápida e tranquila para a prótese definitiva, já que quanto mais a demora no início dos trabalhos fisioterapêuticos, maior será a chance do indivíduo não se adaptar à prótese.
Além disso, após um longo período esperando sua prótese, o paciente pode apresentar deformidades que impedem a implantação da prótese definitiva. Quanto antes o paciente tiver acesso a uma prótese, mesmo que provisória, essas questões podem ser minimizadas.

  • Matéria-prima utilizada foi extraída de latas de alumínio recicladas, além da utilização de rolamentos de skate e parafusos comuns