Vanguarda Literária : O SENTIDO DO NATAL

O automatismo de todos os dias, nessa época, cede lugar ao espírito de Natal, tempos difíceis
em que a Civilização Ocidental mergulha no consumismo, no materialismo desenfreado, na
inversão de valores. Época, sobretudo, de reflexão. O que tudo isso significa para nós?
Natal é sinônimo de festas de luz e de vida. Alegria pelo nascimento do filho de Deus
como nos diz o Evangelho de Lucas (2; 6-7): “Enquanto estavam em Belém, completaram-se
os dias para o parto e Maria deu a luz ao seu Filho Primogênito. Ela O enfaixou e O colocou na manjedoura pois não havia lugar para eles numa hospedaria.”Por esse
relato, vemos que o Natal é sinal de humildade e não de riqueza e de poder. O Filho de Deus nasceu,
portanto, no meio da pobreza para deixar bem claro, bem acentuado, o contraste gritante entre o
aspecto humano e divino do Natal. No Cristo nascido historicamente, Deus se apresenta a si mesmo como o Deus salvador da História, vindo colocar-se junto aos homens, mandando o Seu Filho
para a nossa realidade intramundana. Apreciamos, por conseguinte,
o Deus misericordioso e acolhedor, relacional, alcançável, exposto ao sofrimento humano.
No Filho, Deus se faz homem para redimir a criação, para eliminar a distância entre Ele e o ser que
ele criou à Sua imagem e semelhança . Deus entra na nossa História apontando, de maneira
cristalina, as sendas da nossa salvação. Natal é sinônimo de renascimento, de vida nova: novas atitudes,
novos valores, novos hábitos. Por isso, o Mestre Jesus nos ensina: (Mateus 20; 26-27): ”Quem
quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva, e
quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo”. Um verdadeiro
apelo à generosidade, à bondade e à justiça! Generosidade,
entendamos bem, não implica em dinheiro, mas, em atenção e solidariedade, principalmente em
respeito para com o outro, enxergando nele qualidades e potenciais. Evoquemos o exemplo
do Cristo que se identifica com o faminto, o pecador, que deve ser seguido. Aqui, é oportuno ressaltar que muitos distorcem a sua mensagem, não são fiéis seguidores, seus discípulos, e, na opinião
deles, em nome de uma religião, colocam Jesus submissos e eles e aos seus dogmas! Jesus quis fundar
uma nova humanidade e não uma nova religião!
Enfim, na perspectiva do nascimento de Jesus, torna-se possível a nossa façanha de resgatar o
significativo universo da criança
que existe em todos nós. Essa renovação é parte essencial da nossa
razão maior de existir. Existir, como já foi colocado, não é o ato importante de renovar-se a cada
momento, em atitudes nobres e generosas plenas de humanidade?
Essas atitudes fazem com que produzamos comunhão de ideias, de pensamentos elevados
e de ações tradutoras da nossa infinita esperança, do verdadeiro
sentido de lutar para viver. E, é partilhando o nosso TER e o nosso SABER que valorizamos o
grande sentido de SER MAIS!

  • Créditos da imagem: cardis.com.br