Proseando : O NOME DA PROFESSORA

Aconteceu em uma escola rural. No primeiro dia de aula a criançada acordou antes de o galo cantar, pois precisava dar boas pernadas até o estabelecimento de ensino. Pelo caminho, formava-se fila indiana de meninos e meninas de pés descalços.
Dona Coroca era quem cuidava da escola. A nonagenária caminhava três quilômetros por dia com vassoura e enxada às costas a fim de remover poeiras e tiriricas. Naquele dia, após se certificar de que a escola estava em perfeitas condições de uso para o início do ano letivo, ficou esperando pela professora, a quem daria a chave. Como a docente demorava a chegar, decidiu enfiar a criançada na sala de aula. Minutos depois, montada num pangaré cujas pernas bambeavam devido ao esforço hercúleo, amulher de dez arrobas apontou na estrada poeirenta. Assim que apeou, se apresentou:
– Sou a professora. A senhora deve ser Dona Coroca, o anjo que guarda a nossa querida escola. Assim me disseram.
A senhorinha sorriu escancarando a boca sem dentição e entregou a chave à professora.
– Boa sorte com os pestinhas.
A docente entrou na escola e encontrou os alunos em algazarra na sala de aula. Mas bastou a presença dela para que a criançada se intimidasse. A mulher, que parecia um guarda-roupa, tinha penugens no buço e sobrancelhas espessas. Entretanto, dentro daquela embalagem bizarra havia uma mulher adocicada que, meia hora depois já sabia o nome de todos.
– Tiãozinho, se uma vaca dá dez litros de leite por dia, quantos litros ela dará em um mês?
O menino coçou a cabeça, pensou um pouco e respondeu:
– Fessora, onde é que tem essa vaca que dá leite? Das que eu conheço, a gente é que tem que tirar.
– Engraçadinho. Você, Isoldinha, me responda: O irmão do seu pai é o que seu?
– Essa é fácil, fessora. Não é nada.
– Claro que é, menina. O irmão do seu pai é seu tio.
– É nada, fessora. Meu pai não tem irmão.
A criançada não conseguia conter os risos.
– Vocês pensam que são muito espertos, não é? Então quero que me digam: qual é o meu nome?
Aos sussurros, alguns se encorajavam nos palpites:
– Taturanilda?
– Bigodélia?
– Baleiondina?
– Vocês não têm vergonha de fazer bullying com a professora? Mais um apelido engraçadinho e eu coloco a sala toda de castigo.
– Como a gente vai saber seu nome, fessora, se a senhora ainda não falou?
– Simples. Vou fazer uma charada. Sempre que alguém perguntava ao meu pai qual era o meu nome, ele apontava para a maternidade. Poucas pessoas matavam a charada. Quero ver qual de vocês será capaz de dizer qual é o meu nome.

Infelizmente, devido à queima da bateria de meu celular, perdi o contato do primeiro que acertou a charada do último Proseando – “Meditação”. Peço a ele que reenvie a resposta para que possamos marcar o dia da retirada do prêmio. O mineirinho errou o endereço porque transformou o número 606 em 909, ao segurar o papel ao contrário.
Agora chegou a sua vez. Leia o Proseando e envie-me o nome correto da professora. Quem primeiro enviar a resposta correta ao WhatsApp 99735-0611, ganhará um prêmio.