Vanguarda Literária : GOFFREDO DA SILVA TELLES: EXEMPLO DE CIDADÃO
O intelectual e jurista paulista, falecido em 1980, aos 92 anos de idade, foi uma personalidade ímpar na História de S.Paulo ,quer como cidadão e Politico, quer, como homem de Letras. Foi Prefeito de S.Paulo, durante a Revolução Constitucionalista de 32, o que lhe valeu uma prisão e o exílio, ao lado dos que combateram pela causa da terra bandeirante. Na Academia paulista de Letras desde 1938, teve papel de alta relevância, sendo merecidamente agraciado pelos seus confrades com o título de “Presidente de Honra Vitalício”.
Esse homem admirável, amante da arte e do belo, cultuou sa letras e cuidou do bem comum, construindo sua vida como quem escreve um Poema, com bom senso,equilíbrio e honradez. Publicou dois livros de Poesias: “O MAR DA NOITE” alegoria em versos alexandrinos sobre a última noite de Colombo e “ A FADA NUA”, coletânea de Poemas líricos. Proferiu inúmeras Conferências sobre fatos da nossa História, Sociologia, Filosofia, enfim, manteve uma vida literária das mais profícuas.
GOFFREDO DA SILVA TELLES marcou a sua época, pertencendo àquela estirpe de Homens Verdadeiros que formam o Patrimônio Cultural de uma Nação. O nosso país deve muito a esse Cidadão exemplar na sua luta incessante pelo Estado de Direito, seja na época getulista, seja na década de setenta, quando assumiu posições de uma grande civilista.
Como Poeta, quando apreciamos os seus escritos,enxergamos o Ser em comunhão com Deus a mostrar uma alma lírica, como podemos apreciar em:
“A SURPRESA
É o caso que sucede em caminhos monteses.
Vai-se andar.Vai-se andar sem rumo, quando, às vezes,
Um vento que soprou sem esperar por isto,
Faz voar sobre nós um perfume imprevisto.
Leve como um segredo. É uma ragem distante
Que visitou jardins e desfolhou rosais…
Um sopro imaterial que dura um só instante,
Que vem para fulgir e não volta mais.
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Que importa? Num momento,
recebe-se em visita o perfume do vento,
E, sem saber porquê, tem-se a alma comovida
Por uma inquietação de amor e de quimera…
Ela veio. Ela entrou em minha vida
Como um perfume azul da primavera”.
Ave, GOFFREDO, honra do meu país!