Vanguarda Literária : ARQUÉTIPOS… MÃE… TERESA…
O fenomenal Psiquiatra Suiço Carl Gustav Young, um dos maiores estudiosos da vida interior do homem, introduziu um termo na Psicologia Analítica que se denomina ARQUÉTIPOS os quais dizem respeito a imagens inesquecíveis que residem na nossa alma, que já nasceram conosco e atravessam os tempos. Entre eles está o de MÃE que é esse conjunto de abnegações, sacrifícios, afetos, sentimentos esses filhos genuínos da dedicação..No transcorrer da nossa efêmera existência entramos em contato com inúmeras mães que nos marcam intensamente. Falar de MÃE é afirmar que a criação delas pelo Divino Pai Onipotente e Onisciente é uma demonstração inequívoca de que Deus acredita no ser criado à Sua imagem e semelhança, não obstante o ser humano desobedecer sempre as Suprema Leis Divinas.
Eu fui um afortunado! Tive uma mãe de sangue e de alma que me doou tantas coisas incríveis e indescritíveis, inclusive a Poesia singela e significativa. A generosidade divina me presenteou com outras mães e, entre elas destaco uma mãe maranhense, descendente de portugueses , que acompanhou sempre a minha trajetória, em especial, lá na minha amada São Luiz do Maranhão, a decantada “ Atenas Brasileira”: TERESA GUIMARÃES RAMOS. Perfeita em acolher, aconselhar, símbolo de desprendimento, para mim, ela respirava Poesia. E o seu nome não é uma redondilha maior? Podem contar: são sete sílabas poéticas perfeitas ! No entanto , a Poesia verdadeira que transbordava da sua alma cativante não se expressava em versos ( e nem precisava !!!) e, sim , em atitudes e gestos. Torna-se importante salientar que o Poeta se expressa sempre em versos, se assim o desejar, mas o essencial é que transmita a Mensagem Divina. Em fenício, o termo POESIA é constituído de duas palavras: “Poe” ( portador) e “ Ishia” ( mensagem divina), daí entendermos que existem muitos versejadores e poucos Poetas. Pois bem, a minha Mãe-Poeta , doce meiga presença na vida de Nilo Ramos , de saudosa memória, trouxe ao mundo filhos admiráveis que honram a Pátria Brasileira: José Joaquim, Fernando , Socorro e Ribamar. Todos eles brilhantes, atuantes, com grande destaque e lindas trajetórias, os quais mereceriam livros para relatá-las com fidedignidade.
Desde a minha chegada ao Maranhão ( 1968) até a minha formatura em Medicina em 1974 , na mesma turma de seu Filho Fernando( futuro Reitor da Universidade Federal do Maranhão) , essa mãe acolhedora, repito, cotidianamente tinha um sorriso aberto, uma palavra de incentivo e de consolo para comigo no seu lar na Rua do Sol 247, a qualquer hora. Ofertava, com carinho, refeições e o ombro amigo para aliviar meus ais. Vim desenvolver as minhas atividades de Médico e Professor na Terra Bandeirante onde também constitui família. E, não é que os meus filhos ganharam uma senhora avó que sabia de cor a data de aniversário deles e lhes enviava carinhosos cartões? Um dos meus filhos tinha uma coleção deles ! Todos eles recheados de lindas palavras de amor !
O lar da Dona TERESA era o porto seguro de todos. E Deus, lhe deu a missão de servir, até o fim, não só o esposo Nilo, Cica, sua mãe, a avó Teté, como também para os irmãos: Tio Zeca e a esposa Tia Marília, Tia Naná e o esposo Tio Antonio Pedro . E, o que dizer da sua dedicação para com os netos, sobrinhos e bisnetos? Dona TERESA, na minha modesta opinião, agia consoante os princípios da Filosofia Existencialista do Filósofo Alemão Martin Heidegger que afirma e nos ensina que devemos “Ser- com-o-outro” e, ela foi mais além , foi também “Ser-para-o-outro” mostrando que seguiu as pegadas do Cristo, com Determinação e Fé admiráveis…
Agora, nesse ano de 2021, ano marcado pela cruel pandemia que faz sofrer toda a humanidade, nossa mãe TERESA nos diz adeus. Foi, segundo a linguagem dos Poetas líricos , virar constelação no infinito, atendeu, com humildade, o chamado do Senhor. Deixou conosco o eloquente exemplo de mulher,mãe,amiga, tia, avó,irmã, bisavó, amada e louvada e partiu serena, levando consigo as flores rubras da nossa imperecível saudade…