ELAS INDICAM…
A luta por melhores condições de vida e reivindicações trabalhistas levaram a um incêndio criminoso em uma fábrica em Nova York, matando 129 mulheres em março de 1911. Essa e outras histórias da luta das mulheres pelo mundo marcaram o mês de março, até que, em 1975, o 8 de março foi oficializado pela Organização das Nações Unidas como o “Dia Internacional das Mulheres”. Ao longo do mês de março, as Bibliotecas Municipais de Pindamonhangaba prestam uma homenagem a elas. Quatro mulheres, quatro histórias, quatro livros, afinal, elas indicam.
Aos 19 anos, formada em escola pública, aguarda ansiosamente pelos resultados dos vestibulares. Psicologia é o curso desejado. “Sempre fui apaixonada por livros, chegava a pedi-los em datas comemorativas. Meus pais sempre me incentivaram à leitura”, conta. Para encerrar esse ciclo de homenagens às mulheres, nossa última personagem é Maria. Determinada, aplicada, Maria tem a leitura quase como uma terapia e tem em sua bagagem mais de cem livros lidos, “meu primeiro livro foi “O Patinho Feio”, aos 7 anos de idade, desde então nunca parei de ler”, lembra a jovem. Maria vai contra o triste resultado da pesquisa ‘Retratos da Leitura do Brasil’ que mostra uma queda de 4,6 milhões de leitores, encabeçada principalmente por jovens. A pesquisa mostra que os brasileiros leem 2,43 livros ao ano. Em seus 19 anos, Maria já leu o dobro. De tantas leituras, sempre há um livro que marca. “A hora da estrela”, de Clarice Lispector. É um livro curto, mas para refletir os mínimos detalhes da vida, das nossas questões psíquicas e existenciais, é algo que transcende o nosso cotidiano, e ao mesmo tempo que é tão singular e universal, é um livro pra alma, assim como todas as obras de Clarice. Logo eu, decidida a ser psicóloga, amo livros com essa profundidade que a personagem Macabéa nos oferece”, analisa a futura psicóloga.
“A HORA DA ESTRELA” – Último livro de Clarice Lispector e também uma despedida. A obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história da alagoana Macabéa, uma garota órfã, solitária que vai ao Rio de Janeiro trabalhar com datilografia. Macabéa cumpre sua função no mundo sem reclamar. Conhecida por ser feia, magra e confusa, é maltratada pelo namorado Olímpico e pela colega Glória. Os dois acabam juntos, enquanto Macabéa, sozinha, segue a vida se questionando sobre sua existência, sem nem sonhar com uma vida melhor. Até que um dia, procura uma cartomante, a qual revela toda a inutilidade de sua vida, mas também a enche de esperança, prevendo a paixão por um estrangeiro rico, com quem ela iria se casar.
“Estou escrevendo na hora mesma em que sou lido”, diz Rodrigo o escritor/personagem da obra. Na verdade, é a própria Clarice revelando ao leitor seu processo de criação e a angústia diante da vida e da morte.
O livro está disponível em todas as Bibliotecas Municipais de Pindamonhangaba, entre elas na: Ver. Rômulo Campos D’Arace – Ladeira Barão de Pindamonhangaba, 483 – Bosque da Princesa, Tel: 3645-1701 e na da Estação Cidadania – Av. das Orquídeas, 355 Vale das Acácias, tel.: 3637-1715.
Acesse o acervo: https://pinda.apus.info/acervo/e
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