Espaço AJOP

A AJOP Associação dos Jornalistas de Pindamonhangaba é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos com o intuito de defender o livre exercício do jornalismo e de todas as suas formas, inclusive a liberdade de expressão.
A AJOP promove a troca de experiências profissionais por intermédio de reuniões que acontecem todas as últimas quintas-feiras do mês, na sede da associação.
Nesses encontros acompanhamos sempre uma pauta de trabalhos onde discutimos assuntos pertinentes aos compromissos que os jornalistas devem manter com a independência e lealdade das notícias e artigos. Os cuidados com notícias falsas, ou Fake News.
A maneira mais efetiva de diminuir os impactos das fake news é cada cidadão fazer sua parte, compartilhando apenas aquilo que tem certeza de que é verdade. O ideal é duvidar sempre e procurar informações em outros veículos, especialmente nos conhecidos como grande mídia.
Em nossas reuniões também comemoramos os aniversariantes do mês, sempre com um bolo no final do encontro como uma grande confraternização.
Abrilhantando os encontros já compareceram grandes nomes do jornalismo. Em um deles tivemos o prazer de receber o jornalista e apresentador de televisão Carlos Abranches.
Com muita propriedade nos contou sobre sua carreira e nos incentivou em nosso trabalho como associação.
Agora com esta coluna no Jornal Tribuna do Norte poderemos mostrar o trabalho da AJOP, levando informação, sempre preservando os direitos dos jornalistas e categoria.
Mais informações acesse: https://www.facebook.com/ajop.pinda
Email: ajop.pindamonhangaba@gmail.com
Contato: 12 97404 0340
Adelson Cavalcante
Jornalista MTB 56.011/sp
Presidente AJOP

No último dia 23 de março completou-se 45 anos do falecimento de um grande religioso que hoje fazemos reverência à sua memória: MONSENHOR JOÃO JOSÉ DE AZEVEDO – popularmente chamado de Padre João. Eu não o conheci, pois quando faleceu não tinha completado um ano de vida, mas busco pesquisar para compartilhar neste espaço, histórias de pessoas que demonstraram amor e pró atividade por nossa terra.

Biografia
Padre João nasceu em Lagoinha em 19 de fevereiro de 1898 e teve sete irmãos (Nestor – que também se ordenou sacerdote, Lauro, Zita, Pedro, Cícero, Antônio e Cecília). Estudou o curso primário em São Luiz do Paraitinga e depois o ginasial em Lorena. Ingressou no Seminário de Taubaté em 1914 e ordenou-se sacerdote em 11 de julho de 1920, aos 22 anos de idade.
Foi nomeado Vigário em cinco municípios da região e em 27 de abril de 1924 assumiu a Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, onde permaneceu por quase 52 anos até o final de sua vida, falecendo em 23 de março de 1976. Importante destacar que até hoje tem o recorde de ser o pároco, entre os 35 padres que por ali passaram, que mais tempo permaneceu à frente da administração desta paróquia.
Destacamos três características marcantes em seu perfil: o legado religioso, excepcional abnegação e exemplar generosidade.

Legado religioso
Durante cinco décadas conduziu a Paróquia NS Bom Sucesso (até 1.950 a única paróquia da cidade) demonstrou imenso zelo apostólico com ações vanguardistas para a época como:
– Participação efetiva na vinda das principais entidades religiosas para Pindamonhangaba: Irmãs Vicentinas (Casa Pia), Irmãs Franciscanas (Externato São José), Lar São Judas Tadeu, Casa Padre Vita, Sagrados Corações (Padres Brancos), Instituto Coração Eucarístico (Salesianos) e ampliação de três para mais de 30 Conferências Vicentinas
– Encaminhamento de dezenas de jovens para Seminários e Congregações religiosas, com ordenações de padres e religiosas.
– Construção de mais de 15 igrejas/capelas em diversos bairros e reforma das Igrejas de São Benedito, Sant’Ana e NS Perpétuo Socorro. Na Igreja Matriz NS Bom Sucesso construiu a Capela Mór e a Sacristia, que até então não existia. Curiosidade: a segunda paróquia de Pindamonhangaba (NS Assunção) foi criada em 1950 e seu primeiro pároco foi Padre Nestor José de Azevedo – irmão do Padre João.

Coração generoso
Na comemoração do centenário de Monsenhor João, em 1998, nosso amigo Francisco Piorino Filho publicou um livro relatando histórias e curiosidades da vida do religioso. Contou que em uma comemoração de seu aniversário, Padre João após ganhar um guarda-chuva de presente de um grande amigo (Bartolomeu Barra) cedeu para um fiel humilde que precisava ir embora debaixo de forte chuva. “Já tenho um guarda-chuva, embora surrado. Mas como deixar um amigo, pobre, ir embora tomando toda essa chuva? ”. Outro fato que demonstrava sua grande abnegação foi narrado pelo professor João Martins de Almeida em um de seus livros, em 1958. Após celebrar uma missa de sétimo dia em intenção de uma pessoa abastada, recebeu como espórtula um envelope com uma importância significativa em dinheiro.
Ao sair da igreja, um mendigo pediu uma esmola. Sem pestanejar, entregou o envelope ao pedinte. Curioso, o sacristão foi conferir com o mendigo o valor doado: CR$ 500,00 – valor alto para a economia da época. Mais tarde, ao ser questionado pelo sacristão se tinha noção do valor ofertado, Padre João disse: “Riqueza sem Deus é nada. Pobreza com Deus é tudo”.
Em seu livro, o Dr. Piorino relembra “dois verdadeiros irmãos” de Padre João: Zé Vilela, um pobre coitado com algum problema mental que Padre João abrigou na Casa Paroquial até sua morte e Sebastiana, senhora humilde e cega de um olho, que esteve com ele todo o tempo ajudando-o na Casa Paroquial.
Esses são alguns aspectos que reverenciamos da vida deste Servo de Deus que passou por Pindamonhangaba enfrentando grandes lutas e batalhas em prol da religiosidade de sua comunidade. Cumpriu fielmente a figura do Bom Pastor, que verdadeiramente dá a vida por suas ovelhas. “Ao sacerdote, o único tempo perdido é o que rouba à oração” – pensamento de Padre João impresso na lembrança de sua missa de sétimo dia.
Agradeço aos familiares pelas informações fornecidas e ao livro “Primeiro Centenário de
Monsenhor João José de Azevedo”, de Francisco Piorino Filho, que nos possibilitou resgatar a memória deste grande religioso.

  • Créditos da imagem: Divulgação