Regimento de Cavalaria foi segunda unidade do Exército Brasileiro a se aquartelar em Pindamonhangaba

Uma publicação do jornal Tribuna do Norte, edição de 19 de janeiro de 1922, referente a uma passagem de comando revela que o 2º Corpo de Trem ainda era a unidade aquartelada no município no início daquele ano. Na publicação, em comunicado à imprensa, datado de 5/1/1922, o major Armando de Paiva Chaves informava sobre a passagem de seu comando ao capitão Júlio Gaertner.
Agradecendo à população pela acolhida durante o tempo em que esteve no comando, o major Chaves se despedia do efetivo do Corpo de Trem; lembrava as melhorias ocorridas na unidade enquanto sob seu comando e se colocava à disposição na nova unidade que passaria a pertencer. O major fora nomeado chefe da 2ª seção GI, conforme telegrama a ele enviado pelo general comandante da Região Militar.
Quatro meses depois, na edição de 7/5/1922, a Tribuna, em edital datado de 1º de maio daquele ano, assinado pelo 1º tenente (ajudante interino) Misael Cavalcanti Assumpção, convocando reservistas para período de exercícios, trazia acima a identificação: “12º Regimento de Cavalaria Independente (Extinto 2º Corpo de Trem).
Posteriormente, na edição de 28/5/1922, com o título “Juramento à Bandeira”, o jornal noticiava a cerimônia militar envolvendo os conscritos do 12º Regimento de Cavalaria Independente, então comandado pelo tenente-coronel Teodorico Florambel da Conceição. Evento ocorrido no dia 24 de maio nas dependências do quartel com participação de militares e civis convidados.
Garimpamos as edições da Tribuna anteriores, porém nada encontramos que nos revelasse a data real da extinção do 2º Corpo de Trem e a chegada do 12º Regimento de Cavalaria. Ficando, portanto, entre janeiro a maio de 1922. Infelizmente, o livro de Athayde Marcondes já estava editado, acabava de ser publicado naquele ano de 1922. A partir daí, sem a preciosa preocupação de Athayde Marcondes em registrar a história de Pindamonhangaba, tudo ficou mais difícil para pesquisadores, professores, estudantes, jornalistas e demais interessados nos fatos e feitos da Pinda antiga.
Athayde Marcondes morreu no dia 13 de setembro de 1924.
Essa página de história continuará suas pesquisas sobre as unidades militares do Exército Brasileiro que se aquartelaram neste município antecedendo ao 2º Batalhão de Engenharia de Combate, Batalhão Borba Gato.

A primeira unidade foi o 4º que se tornou 2º Corpo de Trem

Conforme nossas pesquisas no Arquivo do jornal Tribuna do Norte e na imprescindível obra de “Pindamonhangaba Através de Dois e Meio Século – Gráfica Tupy-1922), a primeira unidade do Exército Brasileiro a se aquartelar em Pindamonhangaba foi o 4º Corpo de Trem no dia 19 de fevereiro de 1918 (o assunto foi tema desta página de história nas edições TN de 8/12 e 15/12/2020).
É oportuno recordar que o primeiro efetivo militar do Exército acolhido pela cidade teve como primeiro comandante o tenente-coronel Epifânio Alves Pequeno. Outro fato interessante à história local, diz respeito prédio histórico que se transformou no primeiro quartel do Exército em Pindamonhangaba, o Palacete Barão de Lessa, atual Palacete Visconde da Palmeira (sede do Museu Dom Pedro I e Dona Leopoldina).
Seguindo em nossa rememoração, foi no ano de 1919 que o prédio na época construído para mercado municipal, localizado na praça então denominada Largo dos Homens (homenagem à família Homem de Mello residente no local), foi adaptado para aquartelar em melhores condições o 4º CT. Local este que depois de várias outras denominações paralelas àquela que não perdeu jamais (até a atualidade) a de Largo do Quartel, finalmente passou a ser a conhecida Pra Padre João de Faria Fialho. O prédio hoje aquartela o 2º Batalhão de Engenharia e Combate, o glorioso Batalhão Borba Gato.
Ainda em 1919, devido a reformas ocorridas no Ministério do Exército, o 4º CT passou a ser denominado 2º Corpo de Trem. Essa unidade participou da vida pindamonhangabense intensamente, inclusive servindo de corpo de bombeiros para combater sinistro incêndio ocorrido em estabelecimento comercial da cidade em 1921.
Em Athaide Marcondes (“Pindamonhangaba Através de Dois e Meio Séculos”- 1922) encontramos que “ …o 4º Corpo de Trem, por motivo das reformas havidas em 1919, passou a denominar-se 2º Corpo de Trem”.