História : A origem do obelisco da Praça Monsenhor Marcondes
Cinco meses depois do jornal Tribuna do Norte haver anunciado a criação de uma comissão com a incumbência de arrecadar recursos necessários ao erguimento, em praça pública, de um monumento à pátria que eternizasse os nomes dos filhos de Pindamonhangaba participantes do Grito do Ipiranga, chegava o grande dia…
Era 22 de agosto de 1922, cem anos são passados depois daquele memorável entardecer quando o príncipe e os fiéis guerreiros de sua honrada guarda partiram de Pindamonhangaba rumo ao grande feito. A população voltava à mesma praça. Era dia de festejar a inauguração do obelisco em homenagem aos pindamonhangabenses guardas de honra do príncipe proclamador da Independência do Brasil.
Em sua edição de domingo, 20/8/1922, a Tribuna já havia anunciado que a inauguração do monumento na praça da cascata, assim como era carinhosamente mais conhecida a Praça Monsenhor Marcondes, no dia 22 de agosto de 1922, se justificava pelo fato de exatamente há cem anos ter sido daquele histórico local que o príncipe e sua guarda, sob o comando do pindamonhangabense coronel Manuel Marcondes de Oliveira e Mello, haviam partido rumo ao grande feito.
O êxito da comissão
Foram longos meses de arrecadação, de empenho e entrega visando o nobre objetivo. A comissão havia conseguido e seus componentes eram assim apresentados naquela edição da Tribuna: presidente – Dr. Claro César; vice-presidente Dr. Alfredo Machado (presidente da Câmara); tesoureiro – coronel Benjamin da Costa Bueno (prefeito em exercício);membro Raul Marcondes, e secretário incumbido da propaganda, José Athayde Marcondes.
Os cidadãos mais abastados da cidade (do comércio, agropecuária e demais segmentos da economia) não haviam negado a sua parcela de contribuição para que o obelisco se tornasse uma realidade.
Alvorada festiva
Logo no início da manhã daquela terça-feira, 22 de agosto, a Banda Euterpe e a queima de uma bateria de 21 fogos iniciava despertava a cidade. A conceituada folha do Dr. João Romeiro, edição do dia 24 seguinte, comentava: “Anteontem, terça-feira, vinte e dois, a nossa cidade teve o ensejo de assistir a uma das mais tocantes solenidades que no fastígio de sua história perpetuará…
“Como é sabido, a nossa cidade mais do que qualquer outra da província tomou parte saliente nos fatos que antecederam a proclamação da nossa independência.”
Para o articulista da Tribuna, cem anos depois, a nossa cidade, que sempre fora ciosa pela sua história e pelos filhos que a engrandeciam não poderia deixar de comemorar o dia 22 de agosto, e o comemorando também comemoraria a passagem de nosso primeiro centenário como nação livre.
O povo foi à praça
Destacava em seguida o fato de que raras vezes a nossa cidade, representada por uma multidão compacta, onde se confundiam todas as classes sociais “teria assistido a uma tão tocante a sugestiva cerimônia…”
O movimento em direção à praça da cascata começara logo nas primeiras horas da manhã. Todos curiosos para o local “…onde na sua parte mais alta, em frente ao aquário estava ereto o obelisco…”
Às nove horas, hora marcada para início da inauguração, era grande a multidão naquele logradouro público.
Segundo a Tribuna:“Isolando o monumento, viam-se cinco colunas ornamentadas de folhagem e ligados entre si nas extremidades, de onde pendiam bandeiras e nacionais e portuguesas e sob esse quase docel colocaram-se asa autoridades locais”.
Ali representados naquele momento histórico estavam a Câmara Municipal, o 12º Regimento de Cavalaria Independente (unidade de Exército aqui aquartelada na época), repartições federais e estaduais, representantes da Escola de Farmácia, diretório político e da imprensa.
“Podíamos dizer que a essas solenidades foram assistir todos que compõem verdadeiramente um povo. Pindamonhangaba ali estava representada desde o operário humilde até ao escól da sua mais fina camada social…”, acentuava o jornal Tribuna do Norte.
(Na próxima edição desta página, a conclusão.)