Editorial : Equidade: debater para avançar

Precisa mesmo de um dia para falar sobre ‘consciência negra’? Sim, precisa!

O ‘Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra’ – celebrado no dia 20 de novembro –, faz referência à morte de Zumbi de Palmares, negro pernambucano, que nasceu livre e foi escravizado aos seis anos de idade. Foi líder do Quilombo dos Palmares e morto em 1695 na região de Alagoas (de acordo com informações da Agência Brasil).

Esta data, assim como tantas outras que ressaltamos aqui, marca a importância das discussões e das ações de combate a alguma mazela ou conduta negativa como o racismo e a desigualdade social.
E não, não é somente um dia do ano. Não é somente um tom de pele. Todas as lutas por mais equidade e senso de justiça são legítimas e devem ser respeitadas.

Atribuída ao pensador francês Voltaire, a frase “Discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo” nunca foi tão necessária como nos tempos atuais.

Isso porque grande parte das pessoas confunde ofensa e desrespeito com opinião: “É só minha opinião”; ou “Foi só uma piada”. Se ofende meu semelhante; se oprime uma classe da sociedade, se reduz uma cultura, uma tradição, se diminui o outro não pode ser ‘apenas minha opinião’.

O mundo mudou muito. O Brasil avançou bastante no que se refere a debates contra o racismo, o machismo, a homofobia e tantos outros tipos de discriminação e de preconceito, contudo, o caminho ainda é longo. É preciso despir-nos de conceitos retrógrados e de modelos engessados de sociedade. É necessário, de fato, se colocar no lugar do outro e respeitar o lugar de fala de cada um!