Impossível abandonar o motor a combustão

A União Europeia quer banir os motores a combustão até 2035 a favor dos elétricos, o CEO da Volkswagen considera essa meta impossível

Escrevi uma matéria sobre esse assunto no dia 03 de novembro de 2021, com o título: Os carros a combustão vão acabar? https://www.facebook.com/ajop.pinda/photos/1132225423852382

A invasão dos carros elétricos nos mercados de países que ainda não estão tão preparados para receber a tecnologia, como o Brasil, será gradual. Principalmente, pelo fato de não contarem com a infraestrutura necessária para suprir a demanda. De qualquer forma, ela acontecerá, e não terá mais volta.

Apesar de estar investindo pesado nos elétricos a bateria, o CEO da Volkswagen, Herbert Diess, disse para o site The Verge que será impossível aposentar o motor a combustão da forma que a União Europeia (UE) quer impor.

O principal componente de um carro elétrico é o seu conjunto de baterias, que hoje é grande, caro e pesado.

Ainda existe o problema da matriz energética.

“Carros elétricos só fazem sentido se a energia elétrica vir de fonte renovável. ” Enquanto um país tiver uma matriz energética poluidora, não faz sentido vender carros elétricos lá, diz Herbert Diess.

O exemplo usado foi a Polônia, onde 100% da energia vem de usinas a carvão. Lá um carro elétrico seria mais “sujo” que um veículo a combustão interna. Países como a França, Áustria e Noruega são usados como exemplo, por usarem fontes renováveis como solar, eólica e nuclear.

O etanol brasileiro é praticamente livre de CO2. Por isso, ainda não faz sentido abandonar os motores a combustão por aqui a favor dos elétricos. Em 2021 foram anunciados investimentos da VW no Brasil para desenvolver híbridos com motor flex e as células de combustível a etanol.

Cada vez mais, o carro elétrico conta com defensores tanto na indústria automobilística quanto entre os próprios consumidores.

Da mesma forma que a autonomia das baterias de celulares vêm aumentando, com o avanço da tecnologia, isso também vem ocorrendo com os carros elétricos.

Outro fator importante é que, além de o custo ser menor para abastecer, são eliminadas outras despesas como troca de óleo, por exemplo. Os motores elétricos não demandam o uso desse tipo de produto. Todas essas mudanças somadas reduzem em aproximadamente 50% o custo de um carro por quilômetro rodado.

Mas, os japoneses apostam nos híbridos por reduzir as emissões sem depender de baterias grandes e não exige mudanças na rotina dos motoristas.

 

Adelson Cavalcante
Jornalista Mtb 56.011/sp
Presidente da AJOP