LIBNA ARAÚJO: GUARDIÃ DA EUTERPE
Um versículo do livro de Josué (21: 13) inspirou o pastor Antonio de Araújo a escolher o nome de Libna para sua filha: “Estas foram as cidades com suaspastagensque os descendentes do sacerdote Arão receberam: Hebrom (…), Libna, …” – Libna, cuja origem vem do semítico, Ibn, significa alvo, branco, provavelmente, em alusão à neve que cobre o Monte Líbano no Oriente.
Nascida em uma família de músicos, a menina pindamonhangabense iniciou os estudos de clarinete, aos nove anos, com o Pastor Roque. Desde menina, já tocava na banda da igreja e, ao conhecer a Corporação Musical Euterpe, se encantou profundamente.
Em 1998, o convite para integrar a “musa lírica pindamonhangabense” veio do inesquecível Seu Zé Sambinha, que, de alguma forma misteriosa, ao ter se enamorado da competência musical da clarinetista Libna, não poderia imaginar que estaria conquistando para a Corporação uma força feminina de inigualável presença.
A experiência materna de Libna (ao ingressar na banda, já era mãe de Gabrielly e João Vitor), aliada ao grande talento administrativo, levou a musicista a ascender à Diretoria da Euterpe, nos cargos de secretária e, posteriormente, tesoureira. Nas horas vagas, ela também cuida do arquivo histórico da Corporação, da limpeza da sede e, nos ensaios e apresentações da banda, Libna é a responsável pela logística do transporte dos músicos, pelo lanche, pelas fotografias e filmagens e, ao término das apresentações, pela perfeita ordem dos instrumentos e partituras.
Esse seu perfil de exercer muito bem múltiplas tarefasacabou “subtraindo-lhe” a sua cadeira de clarinetista da Corporação Musical Euterpe. A demanda administrativa da banda era tamanha que Libna foi obrigada a “dar férias temporárias” para seu clarinete que, em segredo, não vê a hora de voltar aos ensaios e às apresentações.
Enquanto isso, Libna não perde um minuto do tempo dedicado à Corporação.Orquestra, com a desenvoltura das maestrinas, os cinco projetos da Euterpe: a Banda de Aprendiz, a Orquestra Jovem, a Orquestra de Cordas, o Coral D. Júlia San Martin Boaventura e os Projetos Musicando na Escola.
Cada um desses trabalhos exige dessa mulher incansável uma tarefa específica e, para que sobrevivessem a esse período de isolamento socialimposto pela pandemia, ela precisou administrá-los com extrema sabedoria!
No momento, Libna cuida dos projetos para o bicentenário da Corporação Musical Euterpe (2025) – e já afina o tom com empresas e instituições para futuras parcerias coma mais antiga Corporação Musical do Estado de São Paulo e a banda civil mais antiga das Américas!
Seu grande sonho para a “musa lírica pindamonhangabense” no aniversário de 200 anos? Aquisição de novos instrumentos para que o número de vagas nos projetos destinados à formação de jovens músicos possa ser ampliadoe, ainda, patrocínio para subsidiar uma verba de incentivo aos alunos aprendizes que, muitas vezes, abandonam os estudos por falta de recursos para o transporte, manutenção dos instrumentos ealimentação.
Ao trabalho louvável e justo dessa guardiã da Euterpe, nossa salva de palmas e uma bênção especial: Em todo tempo sejam sempre alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça (Eclesiastes9: 8). Para a clarinetista que se esmera em manter viva e pulsante a Corporação Musical Euterpe em Pindamonhangaba, a gratidão de nossa terra e de nossa gente!