Nossa Terra Nossa Gente : THEREZA & TOM MAIA
Primos entre si, Thereza e Tom Maia nasceram e cresceram em Guaratinguetá, de um e do outro lado da rua Frei Galvão, a mesma rua em que nasceu o primeiro Santo Brasileiro, que é tio de um e de outro. Casados desde 1958, a história de amor de Thereza e Tom vai além dos quatro filhos, oito netos, 60 livros e centenas de monografias e artigos sobre a história e a cultura valeparaibana, brasileira e portuguesa!
Quando Tom era ainda promotor público, e Thereza, professora de Cultura Brasileira, de Folclore, de Turismo e de Museologia, o casal se entregou à pesquisa dos valores culturais brasileiros. Durante as férias e finais de semana, viajavam com os filhos na rural willys da família para efetuar estudos e pesquisas nos municípios circunvizinhos a Guaratinguetá. Aos poucos foram se aventurando pelo Brasil, e, graças a esses roteiros familiares, temos hoje uma valiosa documentação histórica do Vale do Paraíba e Paraty, Recife e Olinda, São João Del Rey e Tiradentes, Tijuco e Diamantina, Ouro Preto e Mariana, Pará e Maranhão, Guaratinguetá e Itu, Vila do Príncipe e Bahia, Sergipe e Goiás e, pasmem, Óbidos e Ilhavo, em Portugal.
Nessa jornada de amorosa parceria, Thereza cuidava das pesquisas e das entrevistas, e Tom, de registrar, em desenhos a bico de pena, a paisagem histórica e regional, como o fizeram, nos séculos passados, Debret, Thomas Ender, Spix e Martius.
“O passado é um segundo coração que bate em nós”, assinala Henry Bataille. É a mais pura verdade! Ao adentrarmos o universo histórico e cultural das obras de Thereza e Tom Maia, imediatamente, esse “segundo coração” pulsa milagrosamente em nosso peito.
Em “Uma Casa Paulista” (2007), somos conduzidos à história da casa em que os autores residem no centro de Guaratinguetá. Membros da 4ª geração de João Baptista Rangel e de Thereza Galvão de França – edificadores do imóvel datado de 1866 -, Thereza e Tom mantêm viva a memória da casa que ultrapassa um século e meio de vida e, de tão representativa no cenário histórico e cultural paulista, foi tombada pelo CONDEPHAAT (1978).
Dentre as obras de Thereza e Tom Maia, destacam-se o célebre “Folclore das Tropas, Tropeiros e Cargueiros no Vale do Paraíba” – prêmio Silvio Romero do Ministério de Educação e Cultura (1980) -, e também“Vale do Paraíba – Velhas Cidades” (1977) e “Vale do Paraíba – Velhas Fazendas” (1975), em que divulgam a nossa Pindamonhangaba e a Fazenda do Borba.
É imprescindível ressaltar “Frei Galvão – Sua Terra e Sua Vida”, obra lançada em 1998,e todo o empenho de Thereza e Tom Maia nos processos de beatificação e de canonização de “Santo Antônio de Sant’Anna Galvão”, bem como na criação e na manutenção da Sala das Relíquias, na casa em que, nos idos de 1739, nasceu o santo brasileiro e, hoje, recebe peregrinos e devotos do Brasil e do mundo.
Thereza e Tom Maia são os fundadores e diretores do Museu Frei Galvão, que, neste ano, celebra seu jubileu de ouro (1972 – 2022) e o bicentenário da morte de Frei Galvão (1822 – 2022); são membros fundadores doInstituto de Estudos Valeparaibanos (IEV – 1973) e do Instituto Histórico e Artístico de Paraty (IHAP – 1974), entidades que multiplicam seus ideais entre seus membros, fomentando pesquisas, publicações e eventos.
Com essa obra monumental em prol da preservação da cultura valeparaibana, brasileira e portuguesa, Thereza e Tom Maia souberam, como poucos, aliar família e trabalho, história e arte, paixão e amor! Mais do que um roteiro geo-histórico e sentimental, o legado dos sobrinhos de Frei Galvãoà nossa terra e à nossa gente “é um poema de amor, uma prece às pedras, paredes, torres, telhados e caminhos…”.
Quem desejar apreciar esse tesouro, pode acessar o site www.therezaetommaia.com.br .