Editorial : O Novo Ensino Médio já chegou

Na edição de ontem, vimos que a Rede estadual de Ensino já está realizando cadastro para matrícula de novos alunos em 2023, inclusive para o Ensino Médio.

Iniciado em 2022, o novo Ensino Médio no Brasil propõe uma aprendizagem por áreas de conhecimento, permitindo ao jovem, inclusive, optar por uma formação técnica e profissionalizante. Ao final dessa nova jornada, o estudante deve sair muito diferente de como entrou, com uma visão mais abrangente das disciplinas às quais esteve imerso, fazendo um grande diálogo entre o desenvolvimento de competências e habilidades acadêmicas e o mercado de trabalho, que não são excludentes entre si.

O currículo, se organizado por áreas de conhecimento e não por disciplinas como ocorria antes, coloca o estudante como central no processo de aprendizagem. Na nova estrutura, até 1.800 horas contemplam habilidades e competências relacionadas às quatro áreas do conhecimento, como é feito no Enem — Matemática e suas Tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Para além disso, no mínimo 1.200 horas devem estar reservadas para a Formação Técnica e Profissional.

Ou seja, a matemática deixa de ser apenas o cálculo em si e pode navegar por outras águas, até mesmo pela história e geografia. A língua portuguesa e outros idiomas podem ser um meio para se aprender ciências biológicas e vice-versa. O algoritmo das exatas passa a ter uma conexão direta com as ciências sociais na medida em que fazemos conexões entre o conteúdo trabalhado em sala de aula e a sociedade na qual vivemos. A química e a biologia, associadas com os estudos das atualidades, serão mais úteis para entendermos o que vivemos durante a pandemia – e o que fazer para não repetir algo semelhante. Isto é, jovens terão a oportunidade de ser expostos a uma infinidade de conhecimentos apresentados de modo articulado. Uma grande responsabilidade e um grande desafio.

A educação, assim como a língua, é viva, complexa e pulsa rumo ao futuro. É preciso estar em constante adaptação, em consonância com a sociedade e suas respectivas agendas. Olhar à frente requer um novo olhar.