História : Notas policiais de antigamente
Ocorrências envolvendo a polícia que ficaram registradas nas páginas do jornal Tribuna do Norte nas primeiras décadas do século passado.
História de hoje retorna com as notas sensacionalistas da Tribuna de antigamente. Duas delas ocorridas em Pindamonhangaba e uma no município de Lorena, cidade também localizada na região metropolitana do Vale do Paraíba.
Fugiram da cadeia pelo assoalho
Com o título “Evasão de Presos”, em sua edição de 13/2/1927 o jornal Tribuna do Norte informava o povo sobre a fuga empreendida pela dupla de gatunos, “Belmonte e Bom de Bico”, da cadeia pública de Pindamonhanga:
“Na noite de 7 para 8, evadiram-se da cadeia dois presos, Virgílio Alves de Oliveira, também conhecido por Luís Alves, e por alcunha “Bom de Bico”, que se achava preso preventivamente por furtos de animais neste município. É um gatuno muito conhecido nesta zona norte do estado de São Paulo. O outro evadido chama-se Belmonte de Farias, processado por crime de roubo”.
Segundo a matéria, a fuga se dera pelo assoalho, que já se encontrava muito estragado. Por ali os fugitivos não teriam encontrado dificuldade para levantarem três tábuas, acessando o porão onde “…com a mesma facilidade, atravessaram um estreito corredor passando pela porta posterior, depois encontraram uma porta de ferro, que sem trabalho abriram, ganhando a rua”.
O redator da Tribuna alertava sobre o estado lastimável do prédio da cadeia pública, revelando a necessidade de urgentes reparos. O jornal tinha a informação que tais reparos há tempos vinham sendo reivindicados pelos delegados destacados para o município.
Pesquisando sobre locais nos quais funcionaram cadeias em Pindamonhangaba, pelo ano do acontecimento chegamos ao prédio amarelo que existia na esquina da “Martin Cabral” com a Campos Sales”, onde funcionou também o fórum. Inaugurado em 1918, fazia 9 anos que a cadeia havia deixado o antigo prédio (Palacete Tiradentes) do Largo São José.
Explosão no bairro Boa Vista
Logo no primeiro mês do ano de 1928 o bairro da Boa Vista foi notícia na Tribuna (edição 22/1/1928). “Grande explosão”, com este título o jornal divulgou o foguetório e incêndio ocorrido naquele bairro que teria assustado seus moradores:
“No dia 18, pelas 3 horas da tarde, foi ouvido na cidade, uma grande descarga, que deu a ideia de uma fuzilaria. Todos correram à rua, a saber o que havia. Para os lados da Boa Vista, grossas fumaças subiam ao ar”.
Em seguida vem a explicação: “Soube-se depois, o fogueteiro senhor Francisco Olegário da Silva, que tinha uma pequena oficina de bombas e foguetes, aos fundos da sua residência, num pequeno compartimento, ao procurar armar um foguetão, este explodiu, incendiando-se o depósito de pólvora que ficava próximo”.
Conforme a TN, as duas pessoas que se encontravam na oficina no momento era o fogueteiro e o menino seu filho. Felizmente, eles conseguiram fugir por uma janela. Sobre o que se passou em seguida dizem que foi horrível, “…descargas sobre descargas, sucediam-se umas após as outras, fazendo ruir o pequeno depósito, e alarmando toda a cidade”.
Do foguetório destruidor, felizmente sem vítimas, revela o articulista que os prejuízos materiais foram calculados em 4 contos de réis. A autoridade policial de Pindamonhangaba, na época o delegado Dr. Pacheco Salles, compareceu ao local.
Assalto ao trem da Central
Encerrando nossas notas policiais de ontem, trazemos um assalto a trem divulgado na Tribuna (edição 6/2/1927), porém, ocorrido em Lorena. “Assalto a um trem da Central em Lorena” foi a nota que interessou principalmente aos usuários dos trens da Estrada de Ferro Central do Brasil naquele final de anos vintes do século passado. Ato criminoso assim divulgado:
“Nas proximidades da estação da vizinha cidade de Lorena, foi assaltado por um grupo de ladrões um carro do trem NP2 da Central do Brasil”.
Os assaltantes teriam arrombado diversas malas de propriedade dos passageiros e levado objetos de valor, “fugindo sem que os guardas do referido trem pudessem vê-los e muito menos capturá-los”.