História : Pinda antiga – notas do município
Jornal Tribuna do Norte sempre manteve munícipes informados sobre os acontecimentos locais.
Na História de hoje recordamos notas relacionadas ao dia a dia da Pindamonhangaba das primeiras décadas de 1900…
Aumento no subsídio do prefeito
A Tribuna, na edição de 11/11/1928, anunciava que a partir do ano seguinte,1929, haveria aumento no salário do prefeito. E criticava a decisão da Câmara Municipal: “Não é segredo, e está no conhecimento de toda gente, que a nossa municipalidade não vive folgadamente. Mau grado a sua renda anual orçada em cerca de 350 contos, a prefeitura só tem podido tapar buracos. – o prefeito não tem passado de um tapador de buracos”.
Segundo o redator TN, apesar da falta de recursos nos cofres municipais a Câmara insistia: “Pois muito bem, fiquem os senhores munícipes sabendo que apesar disso, a Câmara Municipal esta deliberando em elevar o subsidio do futuro prefeito, o qual em vez de 600 mil réis, passará a perceber um conto de réis mensalmente”.
A justificativa apresentada para a deliberação do aumento, segundo os vereadores era: “O futuro prefeito vai ter muito trabalho – Tratará da construção do Mercado Novo, que vai ser obra de grande vulto, e do melhoramento do abastecimento do serviço de águas e esgotos, assim como empregará toda a sua atividade em prol do progresso do município”.
Para concluir, a Tribuna ainda ironizava, “…e outras lengas-lengas, como fogos de artifício, para enganar os néscios”.
Transporte local e intermunicipal
Para a locomoção pelos bairros mais distantes e até para visitas a cidades vizinhas, em 1925 a população de Pindamonhangaba contava com os autobondes. Meio de transporte mencionado na edição de 15/3/1925 com o título “Auto-bonde” (era grafado com hífen):
“Atualmente trafegam pelas nossas ruas dois auto-bondes, de propriedade do senhor Sebastião de Castro e que bom serviço prestam à população. Esses veículos por preços razoáveis, transportam passageiros aos bairros da cidade, fazendo também viagens aos municípios vizinhos”.
Mendicância pelas ruas da cidade
Em 1927, na edição de 2 de outubro daquele ano, o jornal Tribuna trazia um artigo intitulado “Os mendigos”, no qual solicitava intervenção do delegado de polícia do município. Parecia mais cômodo sugerir ao delegado que resolvesse um problema social que sempre incomodou as administrações municipais: pedintes e vadios perambulando pelas ruas da cidade!
“A nossa cidade, de uns tempos para cá, vem assistindo o espetáculo desolador de, aos sábados principalmente, ver as suas ruas cheias de indivíduos maltrapilhos, esmolando de casa em casa. O número é enorme, com a agravante de nem todos serem inválidos, havendo entre eles, verdadeiros exploradores, no gozo de perfeita saúde, que levam a semana a trabalharem nas roças, e aos sábados vêm fazer a féria, explorando a caridade pública”. Aqui o articulista quis dizer “fazer a féria” mesmo, no sentido de vir embolsar, receber como pedintes.
Finalizando a nota, com ligeiro apelo ao ego do doutor delegado, a bola (ou pepino) lhe era passada: “O delegado de polícia, que vem demonstrando uma grande capacidade de trabalho, podia bem lançar as suas vistas sobre o problema da mendicidade na cidade, e procurar resolvê-lo, prestando assim um inestimável serviço…”