História : Ilusões que morrem…
Publicada dia 2 de agosto de 2022
Eis-me tristonho, em pleno campo santo:
– De em torno, a brisa soluçar parece…
Farfalham frondes como em triste canto
em murmúrios de mágoas ou de prece…
E vêm-me aos olhos, como por encanto;
lágrimas tristes – é que não se esquece
meu coração, de alguém que amava tanto,
por quem sofre saudades e padece.
Lanço de em torno, ansioso, o meu olhar:
– Sobre uma cruz uma coruja pia…
Há lírios que vicejam – ao luar,
puros como os sorrisos de Maria.
Palmilho o cemitério dos meus sonhos,
entre pavores e alucinações…
E seguem-me os cadáveres tristonhos
das minhas próprias mortas ilusões!…