História : Jornal divulga Recenseamento Geral e pede à população que colabore para o bom desenvolvimento da missão dos recenseadores
Página de História da edição de hoje relembra os trabalhos censitários realizados na segunda metade do século XX. Nas edições de 29 de janeiro e de 19 de fevereiro de 1950 do jornal Tribuna do Norte encontramos os artigos favoráveis à realização do recensamento geral daquele ano, destacando o difícil trabalho que caberia aos aprovados para atuar como recenseadores.
O autor do texto (matéria não assinada) da edição de 29/1/50 começa abordando as dificuldades– e eram muito maiores naquele início dos anos 50 -, que enfrentariam os trabalhadores designados para aquela missão de fundamental importância para o país:
“Se a tarefa do recenseador fosse apenas a de distribuir os questionários e, depois, recolhê-los, ainda assim seria bem cansativo o seu trabalho, sobretudo quando se tratam de setores censitários do interior do país onde, em certos pontos as dificuldades de comunicação exigem esforços heroicos para que sejam vencidas”.
Iam muito além, segundo o articulista, a missão do recenseador:
“A ele cabe orientar os informantes, aclarando-lhes as dúvidas, auxiliando-os onde possam encontrar dificuldades e, frequentemente, passando-lhes as respostas para o boletim. É um serviço que exige disposição de espírito, boa vontade e paciência”.
Por conta disso, era necessário que o povo recebesse os servidores engajados naquele serviço com acolhida atenciosa, amiga e solidária. Os brasileiros precisvam compreender a relevância daquela investigação para a o Brasil.
Acreditando que assim aconteceria, o articulista relembrou o recenseamento anterior:
“Em 1940 houve recenseadores que foram forçados a atravessar rios a nado para que alguns brasileiros não deixassem de figurar no censo. Em face de tais heroismos no cumprimento do dever, como admitir-se, portanto, que alguém deixe de acolher com simpatia os elementos que mais sofrem para a realização perfeita do recenseamento?”.
“Recenseamento geral de 1950”
Com o título acima a edição de 19/2/1950 da Tribuna volta ao assunto, se referindo com mais precisão a responsabilidade do recenseamento:
“Determinaa legislaçãoem vigor que se realize de 10 em 10 anos, o Recenseamento Geral do Brasil. Essa tarefa que possibilita o conhecimento de nosso país, em vários de seus aspectos, isto é, demográfico, ou relativo à população existente em seu território, agrícola, industrial, comercial e ainda quanto aos mais diversos serviços ou profissões a que os homens se dedicam nas cidades e nos campos devem ser feitas nos anos que terminam em zero. Este ano terá lugar o VI levantamento estatístico geral, que compreenderá cinco censos, além de inquéritos complementares”.
Para o redator da Tribuna, todo cidadão deveria ser chamado a prestar informações que constituiriam a base, a matéria prima dos censos demográficos, Agrícola, Industrial, Comercial e Serviços. Portanto, caberia ao recenseado, quando lhe fosse apresentado o boletim de perguntas ou questionário, responder sem reservas ou receio, para que fosse possível um retrato fiel do Brasil, das suas possibilidades, falhas e riquezas.
O artigo é concluído com uma série de citações favoráveis ao trabalho censitário de 1950:
“Confia a nossa pátria em que cada homem e cada mulher de Pindamonhangaba, saiba cumprir esse dever cívico.”
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“Se você quiser conhecer o Brasil, responda com fidelidade às perguntas do recenseador.”
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“O êxito do Recenseamento Geral da República depende da fidelidade das informações que você prestar: conheça o Brasil, informando certo.”
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“A troco de sua informação, o Recenseamento Geral da República lhe dirá quantos somos, o que somos, quanto temos, o que devemos fazer”.
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“O Brasil não pode dispensar sua colaboração nos trabalhos do Recenseamento Geral em 1950. A melhor forma de você cumprir esse dever civilizado é prestar ao recenseador as informações que lhe forem solicitadas.”
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“Quem informar errado estará mentindo a si próprio, porque é com base em suas informações que o Recenseamento Geral da República mostrará a você o que o Brasil é.”
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“Apenas uma informação de dez em dez anos é o que lhe pede o Recenseamento Geral da Nação.”
Retratando nossa pátria
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cuja missão institucional é a de “retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania “, conta com mais de seis mil postos de coletas espalhados pelo território brasileiro. “Esses locais são considerados a célula-base da operação censitária, abrigando, além do recenseador, seus supervisores, que realizam atividades como suporte, gerenciamento e controle da coleta de dados”, (IBGE).
A Fundação Dr. João Romeiro (mantenedora do jornal Tribuna do Norte desde 1980) também abriga um posto de coleta do IBGE cedido pela Prefeitura de Pindamonhangaba para a realização do Censo 2022.