História : Lembranças Literárias
Publicada dia 11 de janeiro de 2023
A caboclinha
Fui tirá siá Marizinha
para uma varsa dançá,
i ela mi “prego uma tábua”:
“Jusé, não sei bem varsá.
Si fosse marcha ou sambinha,
daí riscava a dançá.
Quano tocá uma porca,
mi tiri, sei bem porcá.
Mai um raio dum granfino
da cidade, ingravatado,
pela minha cabocrinha
tamém tava infeitiçado.
Eu me murdia de ciume,
apesá de sê banguela.
Meu oiá todo mortero
num pudia desviá dela.
Nisso a sanfona gemeu,
a porca garrô toca,
o moço si alevantô,
ia a cabocra tirá.
Loco di reiva, curri
e garrei a cabocrinha,
falei carrancudo ao moço:
“Cavaiero, a porca é minha!”