Gerações superficiais
Em poucos minutos sentado num banco na praça da cidade, podemos ver inúmeras pessoas atentas em seus celulares.
E não mais para nossa surpresa, agora são as crianças com menos de 08 anos e já com um aparelho na mão.
Eu penso: que tamanha rede social uma criança tem que necessite portar um celular?
E os pais empodeirados dizem “tão pequena e já sabe mexer no celular”.
No Brasil 72% das crianças entre 10 e 12 anos possuem aparelho celular, e a bike deixou de ser o presente mais desejado.
Hoje o mundo virtual carrega tantas informações factuais que aos poucos estamos nos tornando superficiais.
No passado tínhamos que nos debruçar em livros e pesquisas escritas para acessar as informações, hoje bastam alguns cliques.
Não nos preocupamos mais em armazenar informações em nosso cérebro, em poucos segundos conseguimos recuperar facilmente qualquer dado na rede.
As crianças nascidas após a década de 90 criadas sob a influência de alguma mídia digital sofrem de uma verdadeira
Epidemia da Distração, segundo Nicholas Carr, um importante cientista, denominadas Gerações Superficiais.
Ao contrário do que se pensava, “quanto mais estímulo mental melhor”, é exatamente o inverso, menos é mais, nossa mente precisa de um tempo de assimilação, e a intensa velocidade na qual a web nos traz informações acaba criando uma saturação mental.
Guardar informações na cabeça parece ser cada vez menos essencial.
Como diz Carr: “é difícil resistir às seduções da tecnologia, e na nossa era de informação instantânea, os benefícios da velocidade e da eficiência parecem ser genuínos, e seu desejo, indiscutível.”
Não devemos deixar a vida digital superar as experiências da Vida Real.
Adelson Cavalcante
Jornalista Mtb 56011/sp
Presidente da AJOP