Modismos

Muitos dos modismos que encontramos na sociedade tem como origem alguma indústria ou negócio que lucra com a popularização de um produto, comportamento, forma de se vestir, entre outras manifestações culturais. Por conta de seu efeito no comportamento das pessoas, em especial os jovens, os aplicantes da técnica da inversão existencial estudam os diferentes tipos de indústria cultural.
O termo “indústria cultural” foi concebido pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer para designar a apropriação pela lógica industrial, de produção em massa e atendimento de demandas do mercado consumidor, sobre a produção cultural. Dentre os problemas gerados por isso está a padronização e a mediocrização da cultura.

Hoje, com o advento da Internet, temos um fator agravante do espalhamento de modismos pelo mundo. As conexões eletrônicas amplificam a velocidade e o alcance de uma série de modismos, alguns surgindo como negócio e sendo popularizados pelas redes sociais, e outros surgindo como comportamentos espontâneos das pessoas, mas que em algum momento podem ser transformados também em produto, ou forma de divulgar um produto.

Movidos pela falta de autocrítica e pela necessidade de participar de tudo aquilo que se torna popular, muitas pessoas embarcam em modismos sem refletir e acabam se arrependendo dos efeitos em suas vidas. Basta uma busca rápida no Google para colecionar histórias e casos problemáticos envolvendo comportamentos, ideias e produtos que estiveram ou ainda estão na moda. (Diego Lopes)

Depois de muito pensar, você tomou a decisão corajosa de abrir o próprio negócio. A ideia já estava há muito tempo em sua mente. Conversou com amigos e familiares, pesquisou muito, fez anotações, desenhou diagramas…
Até modelou seu negócio ou construiu um protótipo. Você se sente confortável com a projeção de investir os próximos anos de sua vida construindo, aprimorando e vendendo essa ideia. Parabéns! Você deu os primeiros passos para montar uma empresa. Mas como você sabe se a sua ideia tem chances antes de apostar suas economias, energia e tempo nisso? Já parou para pensar se seu negócio é baseado em uma tendência real ou apenas em um modismo?

O termo “tendência” tem sido amplamente utilizado nos últimos tempos. Contudo, seu mau uso, principalmente nos meios de comunicação, pode levar à confusão. Tendências reais resolvem problemas e se fortalecem com o tempo, pois representam um novo modo de vida. Elas têm riscos identificáveis e explicáveis que são direcionados pelas necessidades do público. Por exemplo, o uso crescente de redes sociais e as conexões online é uma tendência (que nos liga uns aos outros), já utilização de letras neons e gifs em suas publicações é um modismo.

O modismo vem rápido pega fogo e logo depois desaparece. Uma moda passageira é qualquer forma de comportamento que é intensamente seguida por uma população por um curto período de tempo. O comportamento aumentará relativamente rápido e cairá na mesma proporção uma vez que a percepção da novidade tenha desaparecido. Acredite, muitas modas que estão acontecendo agora, nos farão dar risadas daqui a dez anos.

Infelizmente, muitas empresas são lançadas no improviso, no calor do momento, na onda da moda. Para construir uma empresa que cresce e dura, você primeiro precisa identificar um problema real, verificável e generalizado com soluções insatisfatórias, inexistentes ou que podem ser drasticamente aprimoradas. Se questione: meu negócio tem relevância para o estilo de vida de um público específico? Dura? É necessário? Outras empresas sólidas estão de olho nisso? Tem dados que possam validar esse comportamento?
Ambos modismos e tendências têm um valor real para estratégias empresariais, mas a compreensão da diferença pode ser necessária para a sobrevivência. As empresas ignoram as tendências por sua conta e risco. Mas ignorar tendências significa que elas serão forçadas a se adaptar mais tarde e estarão necessariamente atrasadas, ou, simplesmente, entrará para estatística e desaparecerá…
Não faça parte dessa estatística. Prepare-se para o futuro.

Adaptação do texto de Renata de Lima Mendonça

Adelson Cavalcante
Jornalista Mtb 56011/sp
Presidente da AJOP