Diferente é o mundo que queremos
Mãe diz que disseminação da informação é a maior arma contra mitos e preconceitos
Comemorado nesta terça, 21 de março, o “Dia Internacional da Síndrome de Down” é um momento para refletirmos e nos conscientizarmos sobre a importância da informação como ferramenta de combate ao preconceito e valorização do respeito mútuo.
De acordo com a ONG (Organização Não Governamental) Movimento Down, não existe uma estatística definida, mas estima-se que, no Brasil, para cada 700 nascimentos, um seja com síndrome de Down (2013).
Com o passar dos anos, muitas pessoas com algum tipo de limitação vêm conseguindo ter participação ativa nas escolas, nas comunidades, no mercado de trabalho e até no lazer, graças às políticas inclusivas – públicas, particulares e do terceiro setor. Ainda que de forma pequena, projetos e programas têm dado voz a essas pessoas e aos profissionais que lidam com elas, bem como a seus familiares. Mas, ainda vai levar muito tempo para que a sociedade tenha consciência e entenda que ter acesso a lugares e espaços é um direito e deve acontecer de forma natural e não por imposição.
Conversamos com uma mãe que luta para repassar informações ao maior número possível, porque entende que, a partir do momento que as pessoas passam a ter conhecimento, começam a enxergar com outros olhos e agir de forma mais adequada e mais justa.
“A vinda do João foi na minha vida uma oportunidade para desbravar novos mundos e trilhar novos caminhos”, conta Hileny Marcondes Mathey, mãe do Wilson, de 33 anos, do Pedro Henrique, de 13 anos, e do João Henrique, de 9 anos – que tem síndrome de Down. Para ela, “cada filho tem um ritmo e isso independe de limitação física, é característica de cada um. O João, por exemplo, teve mais autonomia para desenvolver determinadas tarefas que meus outros filhos, isso é próprio; é dele. Muitas vezes, nossa visão que é limitada”.
Hileny é Assistente Social por formação, e diz que já viu muitos casos em que nem a família aceita a criança. Dessa forma, fica mais difícil trabalhar a sociedade. “Às vezes, é preciso quebrar paradigmas, mudar posturas e atitudes para vencermos barreiras e enxergarmos novas possibilidades. Acredito que levar a informação é a nossa maior arma contra os mitos e os preconceitos”, finaliza.
Sobre a data
O Dia Internacional da Síndrome de Down é comemorado desde 2006. 21/3 representa a singularidade da triplicação (trissomia) do cromossomo 21 que causa esta ocorrência genética. O objetivo da data é celebrar a vida das pessoas com síndrome de Down, lutar por mais qualidade de vida e inclusão, além de possibilitar o acesso à informação.