História : Com o título “A Lenda do Suspiro”, um artigo assinado por Ignácio César, publicado na Folha do Norte (12/7/1925) revela a origem da denominação “travessa (ou beco) do Suspiro”, como era conhecida antigamente a travessa Rui Barbosa. Lenda ou fato, o interessante escrito revela uma arbitrariedade que teria sido cometida pelo primeiro capitão-mor da então Villa Real do Bonsucesso de Pindamonhangaba, Luiz Lopes (este nome consta na obra de Athayde Marcondes referente aos primeiros a exercerem tal cargo em Pinda). No século XVIII, capitão-mór era a autoridade responsável pela vilas e povoados. A lenda Em 1777 governava a terra pindana (sic) o capitão-mór Luiz Lopez de Aguiar, cujo espírito violento e arbitrário sobre todos conquistara a odiosidade pública. Vivia nesta época em Villa Real, Manoel Fonseca em companhia da mulher e de uma filha de rara beleza. Fonseca desempenhava as funções modestas de alcaide do Senado da Câmara da localidade com aptidão e honradez. A população foi uma amanhã despertada com a triste e horrorosa notícia que havia sido assassinada na noite antecedente a filha do alcaide Fonseca e esse crime logo se atribuiu a um tal Benjamim, soldado que era noivo da donzela. Chegando a nova aos ouvidos do capitão-mor, ele não pode se furtar ao desejo de fazer justiça pelas suas próprias mãos, a tão famigerado criminoso… Seu julgamento foi sumário e a pena capital não tardou muito em ser executada. O soldado sofreu a morte natural pela força. O suplício não podia ter sido mais bárbaro. Diz a lenda que o condenado foi de uma calma imperturbável, negando até a última hora o crime, protestando pela sua inocência. Acrescenta a narrativa que no momento em que o corpo balançava no ar, preso da forca pelo braço esticado, ouviram-se três gemidos, que por sucessivas noites de muitos anos, foram ouvidos no lugar em que fora enforcado. Passados alguns tempos, o vigário da paróquia, então o sacerdote pindano (sic) padre José de Andrade Vieira e Silva, recebeu de um frade, uma carta em que rezava a nefanda confissão de um outro soldado que em um bilhete de morte, na capital da Bahia, declarou ser o cúmplice do assassinato que praticou em Pindamonhangaba, na pessoa da filha do alcaide Fonseca, o alferes Salvador Lopes, filho do capitão-mor Luis Lopez de Aguiar!… O local da forca foi na primeira travessa (sentido centro bairro) que liga a rua Prudente de Moraes à Marechal Deodoro, que então ficou conhecida pelos antigos como: “Becco do Suspiro”. Travessa Rui Barbosa Atualmente denominada travessa Rui Barbosa, a conhecida rua dos fundos do Palacete 10 de Julho, antigo prédio que abrigou a Prefeitura, já foi travessa Visconde de Tamandaré. Recebeu tal denominação quando, em 1869, os antigos políticos de Pindamonhangaba, especialistas em mudar nomes de ruas, resolveram homenagear heróis brasileiros da Guerra do Paraguai e as célebres vitórias do Brasil naquele conflito latino-americano. Já a denominação “Rui Barbosa” surgiu entre 1910 e 1920. É oportuno relembrar a passagem de Rui Barbosa pelas terras da Princesa do Norte e a respectiva saudação do povo pindamonhangabense ao mesmo, fato ocorrido no dia 15 de dezembro de 1909. Nessa data, em campanha política, era candidato à presidência da República, Rui Barbosa, então senador, permitiu que o trem no qual viajava com destino a São Paulo fizesse parada na estação de Pinda onde foi saudado pelo dr. João Romeiro (Fundador da Tribuna do Norte) e fez discurso de agradecimento. Sem desmerecer o Água de Haia nem o patrono da Marinha do Brasil, eternos e heróicos vultos da Pátria, a denominação “travessa dos suspiros” é mais atraente pelo aspecto pitoresco e lendário da Pinda de antigamente. A respeito desta denominação existe a versão contada por Maria Eugenia na edição de 14/3/1971 da Tribuna do Norte e reunida na coletânia Nossas Ruas em 1993 (iniciativa da Câmara Municipal). Segunda a citada autora a tal travessa “era assim chamada porque as lavadeiras, após lavarem roupas no Paraíba, subiam a ladeira cansadas, cada qual com sua trouxa e, para não passarem pela rua principal da cidade, desviavam e iam descansar e conversar nessa travessa (ali deviam suspirar pelo cansaço), após o que seguiam o seu caminho, sempre desviando do centro.”
Com o título “A Lenda do Suspiro”, um artigo assinado por Ignácio César, publicado na Folha do Norte (12/7/1925) revela a origem da denominação “travessa (ou beco) do Suspiro”, como era conhecida antigamente a travessa Rui Barbosa.
Lenda ou fato, o interessante escrito revela uma arbitrariedade que teria sido cometida pelo primeiro capitão-mor da então Villa Real do Bonsucesso de Pindamonhangaba, Luiz Lopes (este nome consta na obra de Athayde Marcondes referente aos primeiros a exercerem tal cargo em Pinda). No século XVIII, capitão-mór era a autoridade responsável pela vilas e povoados.
A lenda
Em 1777 governava a terra pindana (sic) o capitão-mór Luiz Lopez de Aguiar, cujo espírito violento e arbitrário sobre todos conquistara a odiosidade pública.
Vivia nesta época em Villa Real, Manoel Fonseca em companhia da mulher e de uma filha de rara beleza. Fonseca desempenhava as funções modestas de alcaide do Senado da Câmara da localidade com aptidão e honradez.
A população foi uma amanhã despertada com a triste e horrorosa notícia que havia sido assassinada na noite antecedente a filha do alcaide Fonseca e esse crime logo se atribuiu a um tal Benjamim, soldado que era noivo da donzela.
Chegando a nova aos ouvidos do capitão-mor, ele não pode se furtar ao desejo de fazer justiça pelas suas próprias mãos, a tão famigerado criminoso…
Seu julgamento foi sumário e a pena capital não tardou muito em ser executada. O soldado sofreu a morte natural pela força. O suplício não podia ter sido mais bárbaro.
Diz a lenda que o condenado foi de uma calma imperturbável, negando até a última hora o crime, protestando pela sua inocência.
Acrescenta a narrativa que no momento em que o corpo balançava no ar, preso da forca pelo braço esticado, ouviram-se três gemidos, que por sucessivas noites de muitos anos, foram ouvidos no lugar em que fora enforcado.
Passados alguns tempos, o vigário da paróquia, então o sacerdote pindano (sic) padre José de Andrade Vieira e Silva, recebeu de um frade, uma carta em que rezava a nefanda confissão de um outro soldado que em um bilhete de morte, na capital da Bahia, declarou ser o cúmplice do assassinato que praticou em Pindamonhangaba, na pessoa da filha do alcaide Fonseca, o alferes Salvador Lopes, filho do capitão-mor Luis Lopez de Aguiar!…
O local da forca foi na primeira travessa (sentido centro bairro) que liga a rua Prudente de Moraes à Marechal Deodoro, que então ficou conhecida pelos antigos como: “Becco do Suspiro”.
Travessa Rui Barbosa
Atualmente denominada travessa Rui Barbosa, a conhecida rua dos fundos do Palacete 10 de Julho, antigo prédio que abrigou a Prefeitura, já foi travessa Visconde de Tamandaré. Recebeu tal denominação quando, em 1869, os antigos políticos de Pindamonhangaba, especialistas em mudar nomes de ruas, resolveram homenagear heróis brasileiros da Guerra do Paraguai e as célebres vitórias do Brasil naquele conflito latino-americano.
Já a denominação “Rui Barbosa” surgiu entre 1910 e 1920. É oportuno relembrar a passagem de Rui Barbosa pelas terras da Princesa do Norte e a respectiva saudação do povo pindamonhangabense ao mesmo, fato ocorrido no dia 15 de dezembro de 1909. Nessa data, em campanha política, era candidato à presidência da República, Rui Barbosa, então senador, permitiu que o trem no qual viajava com destino a São Paulo fizesse parada na estação de Pinda onde foi saudado pelo dr. João Romeiro (Fundador da Tribuna do Norte) e fez discurso de agradecimento.
Sem desmerecer o Água de Haia nem o patrono da Marinha do Brasil, eternos e heróicos vultos da Pátria, a denominação “travessa dos suspiros” é mais atraente pelo aspecto pitoresco e lendário da Pinda de antigamente. A respeito desta denominação existe a versão contada por Maria Eugenia na edição de 14/3/1971 da Tribuna do Norte e reunida na coletânia Nossas Ruas em 1993 (iniciativa da Câmara Municipal).
Segunda a citada autora a tal travessa “era assim chamada porque as lavadeiras, após lavarem roupas no Paraíba, subiam a ladeira cansadas, cada qual com sua trouxa e, para não passarem pela rua principal da cidade, desviavam e iam descansar e conversar nessa travessa (ali deviam suspirar pelo cansaço), após o que seguiam o seu caminho, sempre desviando do centro.”