ESPECIAL MULHER

O trabalho voluntário tornou-se nos últimos anos quase pré-requisito de um bom profissional. Mas, antes dessa “febre” boa existir, muitas pessoas já estavam por aí, dedicando tempo, talento e criatividade às causas sociais, ambientais, e educativas. Conheça Terezinha, Rosângela e Luíza, que de forma singela, como elas próprias definem, vêm fazendo a diferença em causas tão nobres

Imagens: Divulgação
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  • “Matilha marrom troca com a branca! Amarela com a vermelha!” “Isso não é atitude de lobinho! Vocês querem ser bandar-logs? Não, ‘Chefe’, eles não querem ser “bandar-logs”. Eles não querem viver na mesma selva que os lobos sem seguir as regras de convivência e sem acatar as leis. O termo refere-se à história “As Caçadas de Kaa”. Sim. Estamos falando dos escoteiros! Mais precisamente, do “Grupo Escoteiros Itapeva”, de Pindamonhangaba. Cerca de 10 mulheres trabalham lá. Divididas entre as funções administrativas e de campo. Entre elas, está Terezinha Pereira, que há 20 anos corre de um lado para o outro, num pique de surpreender. Chama a atenção dos “lobinhos”, organiza os jogos e participa sutilmente da formação do caráter de crianças e de jovens. “São somente duas horas e meia, todo sábado, mas pra mim, é como se eu passasse a maior parte do meu tempo com eles. Eu me sinto participante do cotidiano dessas crianças”, conta Terezinha, que chegou ao grupo em 1997 para levar um de seus filhos às atividades e nunca mais saiu de lá. Começou ajudando na cozinha; depois do curso, tornou-se a “Chefe Terezinha”. Que de chefe só tem a nomenclatura e o pulso firme ao cobrar postura dentro e fora do grupo. No fundo, é uma mãe disfarçada de ‘Chefe’. Ela é tia, é irmã, é conselheira. “Já perdi a conta de quantas vezes saí com um ou outro ‘lobinho’ para tomar um lanche e conversar. Fora das atividades, posso ouví-lo com mais atenção e ajudá-lo no que está afligindo”, comenta. Ela é todo ouvidos. Toda abraço e toda coração; e afirma que não “larga isso por nada” e que, quando se afasta, por um curto período do ano, “sente uma falta danada”. Quanto às regras, “regras são regras” e ela está lá para cobrá-las. Quem as acata, pode conviver em harmonia com os demais lobinhos. E de “Lobinhos” viram Escoteiros (ou Tropa), depois, “Tropa Sênior” e “Pioneiros”. E estão prontos para serem o que quiserem. Desde que nunca se esqueçam do respeito, do caráter, do trabalho em grupo e de “avançar sempre e ser cada dia melhor!”
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