Editorial : Escolha das cidades para passagem da tocha olímpica não tem critério
Prezado leitor, não tente entender os critérios adotados pelos responsáveis do COI – Comitê Olímpico Internacional – na hora de escolher as cidades por onde a tocha olímpica vai passar pelo Brasil antes dos jogos, em agosto, no Rio de Janeiro.
Esta é uma tarefa sem o menor fundamento, pois não há critério técnico, lógico ou esportivo. Aliás, na grande maioria não há nem indicação econômica para a passagem da pira olímpica.
Famosa por ser o símbolo das Olimpíadas, a chama olímpica – que nunca deve se apagar – já pifou em pelo menos duas ocasiões no Brasil, e em menos de um mês – uma vergonha.
Só estamos nos remetendo a este caso, pois se trata de um absurdo não existir critério para a escolha das cidades.
Pindamonhangaba pertence a um pequeno grupo de municípios brasileiros que produziu um medalhista olímpico. No nosso caso, não apenas medalhista como, bimedalhista com bronze em Moscou em 1980 e em Montreal, em 1976.
E, Pindamonhangaba, recebe como reconhecimento o seu esquecimento completo por parte do COI, da COB – Comitê Olímpico Brasileiro – patrocinadores do evento e demais envolvidos. A Prefeitura tentou intervir na situação, fez solicitação, formalizou o pedido, porém os membros do comitê organizador não corrigiram o enorme erro que cometeram.
O caso de Pindamonhangaba é mais grave do que outros locais que também criaram medalhistas olímpicos, porque ‘João do Pulo’ é um dos grandes nomes do esporte nacional e um dos maiores quando o assunto é Olimpíada.
O recorde obtido por ele no salto triplo dos jogos Pan-americanos da Cidade do México, em 1975, com 17,89m, foi a melhor marca mundial da modalidade durante anos, só quebrado quase dez anos depois, pelo norte-americano Willie Banks, com 17,90m, em Indianápolis, em 16 de junho de 1985. Seu recorde brasileiro e sul-americano só foi batido mais de vinte e um anos depois, por Jardel Gregório, com 17,90 m, em Belém, em 20 de maio de 2007.
Mais que isso, ‘João do Pulo’ representou para milhares de atletas brasileiros o sonho de uma medalha olímpica, inspirando, inclusive, outros esportistas que viriam a conquistar a honra de carregar uma medalha de Olimpíada no peito.
Portanto, a ausência de Pindamonhangaba neste ‘circo’ que virou o carregamento da chama olímpica, é imperdoável. Consertar a tremenda falha do COI não é possível, só nos resta lamentar o ocorrido.