A PAIXÃO DE CRISTO NO ESPAÇO CULTURAL JOÃO LAERTE SALLES

Dois mil anos se passaram e, mais uma vez, revivemos a excelsa expressão do amor de Deus aos homens: a Morte e a Ressurreição de Jesus. Celebra-se a Paixão de Cristo no Ocidente e no Oriente. Celebra-se a Páscoa no coração dos “homens de boa vontade”.
Nos dias da Semana Santa, é rememorado o martírio de Jesus. Deus que se fez homem e, como homem, sofreu as dores de nossa humanidade: foi traído, preso, açoitado, crucificado e morto pelos homens de seu tempo. Barbárie praticada até hoje, em grau mais elevado, a anônimos filhos de Deus, nos quatro cantos do mundo.
Reviver os passos de Jesus na via-crúcis é um meio de tocarmos o coração dos homens de nosso tempo com o que há de mais sublime nesse martírio. A humana divindade de Jesus não só Lhe concedeu forças para suportar cada flagelo como nela está a chave que abre todas as portas da terra e do céu: o Seu divino Amor.
Em Pindamonhangaba, o solar dos Salles revive essa história sagrada e abre suas portas para receber a imagem de Jesus na noite do sábado que antecede o Domingo de Ramos. Entre seculares paredes de taipa, Aquele que nos liberta de nossa servil humanidade fica ali aprisionado até às 5 horas da tarde de domingo, quando a imagem sofrida de Deus-homem com as mãos amarradas por uma corda é substituída pela imagem de Jesus carregando a sua cruz.
Acompanhada pelas autoridades eclesiásticas (padre Luiz Carlos de Souza, padre Luiz Paulo e os diáconos Nicola e Misael) e por uma multidão de homens, o andor com esta imagem de Jesus é conduzido ao encontro da imagem de Nossa Senhora das Dores, no largo do antigo Fórum.
No rosto da imagem da Mãe de Jesus, conduzida especificamente pela multidão de mulheres, está estampado o sofrimento da mãe quando encontra o filho martirizado pela coroa de espinhos e pelo peso da cruz. Juntas, as duas imagens são transportadas pela procissão de fiéis às demais estações da Via Sacra, representadas em quadros dispostos sobre altares floridos e iluminados em algumas casas do centro da cidade atésua última parada: o casarão dos Salles.
Saudados pelo Coral “Vozes de Pindamonhangaba”, sob a regência da professora Maria Ceres Merly Salles, celebra-se o momento em que a mãe de Jesus acolhe em seu colo o corpo do filho descido da cruz.
Tomados por essa profunda dor maternal, nossa terra e nossa gente revivem parte da cerimônia da Semana Santa do Santuário Mariano Diocesano de Nossa Senhora do Bom Sucesso no Espaço Cultural João Laerte Salles, revigorados pela fé e imbuídos de esperança na ressureição de Cristo.
Nos 33 anos em que Jesus de Nazaré esteve presente entre nós, Ele muito nos ensinou. Entre Suas últimas palavras, a expressão máxima de sua divindade: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas: 23, 34). Nós, rogamos: – Pai, perdoa-nos, dois mil anos se passaram e ainda não aprendemos a amar como Seu Filho amado nos amou. Que neste domingo de Páscoa possamos celebrar a ressurreição do nosso Cristo interior, e que os povos do Oriente e do Ocidente estejam irmanados não mais pelas inescrupulosas guerras, mas pelo amor de Teu filho Jesus. Maranathá!