APL homenageia Mazzaropi e Chico Frô

Na noite de sexta-feira (28), no Palacete Tiradentes (Praça Barão do Rio Branco, tradicional Largo São José), aconteceu a plenária solene da APL – Academia Pindamonhangabense de Letras, presidida pela escritora Elisabete Guimarães. O evento, que constou de posse de novo acadêmico e homenagens, foi realizado na sala da Corporação Musical Euterpe, gentilmente cedida pela Banda e Departamento de Cultura.
Após os procedimentos de praxe, pelo secretário, acadêmico Aércio Muassab, a sessão teve início com a solenidade de posse de Erika de Araújo Caldas, escritora que passa a integrar o quadro de membros honorários da APL ocupando a cadeira nº 17H, patrona: Aurora Pierre Artese. A apresentação de Erika coube à acadêmica Juraci de Faria Condé. Por sua vez, a nova acadêmica falou de sua satisfação em integrar a APL e discorreu sobre a patrona de sua cadeira.
Inesquecíveis e
populares
Em seguida, houve a palestra ‘O Mito Mazzaropi’, pela acadêmica Ana Maria Guimarães Iadeluca, atriz que pertenceu ao elenco do cineasta, ator e cantor, que o último dia 9 de abril marcou 105 anos de seu nascimento. Ana Maria lembrou seus primeiros contatos com o cineasta até o recebimento do convite para que trabalhasse em seu filme ‘O Lamparina’(1964); falou do tipo inesquecível que foi Mazzaropi, sua convivência com o mito Mazzaropi, suas ideias, seu objetivo e o comparou ao cineasta italiano Frederico Felini. Completando a homenagem, o grupo de acadêmicos Guimarães Rosa interpretou ‘A dor da saudade’, uma das canções de seus filmes.
A homenagem seguinte foi em memória do acadêmico Augusto Cesar Ribeiro, o Augustinho Ribeiro (1928/2003), carinhosamente conhecido como ‘Chico Frô’. Para representá-lo, a plenária contou com a presença de seu o filho Daniel Vilela. Emocionado, Daniel lembrou um pouco da vida e obra do pai, destacando a amizade que havia entre Mazzaropi e Augustinho, ator em pelo menos 16 de seus filmes. Daniel foi presenteado na ocasião com uma foto de seu pai com sua mãe Maria do Carmo, a Carminha, gentileza do acadêmico Sebastião Nelson da Cruz lembrando um evento realizado em Roseira em homenagem a Mazzaropi. Para emocionar ainda mais o público que foi prestigiar as homenagens, o acadêmico Paulo Tarcizio interpretou o poema ‘A Flor de Maracujá’, de Catulo da Paixão Cearense, relembrando as grandes interpretações da poesia caipira de Augustinho Ribeiro como Chico Frô .
Entrevistado pela
TV retardatária
Encerrando as homenagens, que se mesclavam no conteúdo e no saudosismo, esteve com a palavra o advogado e também membro da APL, Paulo de Andrade, respeitável conhecedor da história de Pindamonhangaba. Andrade, na época era assessor de Planejamento da Prefeitura, lembrou o dia 13 de junho de 1981, data do sepultamento de Amacio Mazzaropi no cemitério municipal local. Falou da presença de políticos, autoridades, de gente de todos os lugares e da imprensa que viera cobrir o acontecimento.
Para ilustrar seu pronunciamento, ele apresentou ao público uma gostosa e divertida crônica, lida pela presidente da APL. Um texto de seu amigo, o ex-deputado Hélio Cesar Rosas, no qual o mesmo relembra a participação no sepultamento como entrevistado de uma importante emissora de TV. Os jornalistas dessa emissora tinham chegado atrasados, o sepultamento já havia ocorrido. Como precisavam da matéria para o jornal que iria ao ar naquela noite para todo o país, resolveram usar as palavras e os gestos pesarosos do deputado diante do ocorrido para emocionar os telespectadores.
A plenária se encerrou com as considerações finais da presidente APL, Elisabete Guimarães, que esteve na direção da mesa dos trabalhos daquela sessão com seu vice, Edmar de Souza e as seguintes autoridades: gerente regional CDHU – Francisco Vieira ‘Chesco’; representante da OAB-Pindamonhangaba – Paulo de Andrade; representante da família de Augusto Cesar Ribeiro – arquiteto Daniel Vilela.

Imagens: Divulgação
  • Erika (à direita) recebeu o certificado de neoacadêmica da agora sua colega de APL, escritora Juraci de Faria
  • A música “A dor da saudade” foi interpretada pelos acadêmicos que integram o Grupo de Estudos Guimarães Rosas
  • Mesa dos trabalhos sob a direção da presidente da APL, Bete Guimarães
  • À acadêmica Ana Maria Guimarães Iadeluca coube a palestra sobre Amacio Mazzaropi
  • Daniel Vilela (à direita) e o acadêmico Sebastião Nelson Cruz
  • Paulo de Andrade, cidadão conhecedor da história de Pinda, lembrou o sepultamento de Mazzaropi
  • A voz e o violão do cantor Kleber Santiago também animaram a noite no palacete