KÁTIA & ENEIDA: AS QUATRO ESTAÇÕES DE UMA AMOROSA AMIZADE
Primavera
Catarina César Marcondes da Silva, mais conhecida pelo apelido de Kátia, nasceu em Pindamonhangaba. Eneida Silva Palma Lima em Belém do Pará. Filhas de militares, conheceram-se aos 13 anos, durante o desfile de aniversário desta “cidade princesa”, nos idos de 1945. Estudavam no Ginásio Municipal de Pindamonhangaba e o bem-querer entre as duas foi instantâneo. A amizade também.
Verão
Dois anos depois, seus pais foram transferidos do 2º BCCL – Batalhão de Carros de Combate Leve, unidade militar do Exército que se aquartelava no local onde desde 1947 se encontra o 2º Batalhão de Engenharia de Combate – Batalhão Borba Gato, os Marcondes da Silva seguiram para São Paulo, os Palma Lima para Campinas. Kátia, ao passar as férias na casa de Eneida, ficou tão encantada com a “cidade das andorinhas” que convenceu a mãe, Hilda César Marcondes da Silva, a residir com a família lá. Em Campinas, as duas famílias estreitaram fortemente os laços de amizade que uniam não só as amigas como os demais irmãos.
Outono
Asnovas transferências dos Palma Lima para Belém do Pará e dos Marcondes da Silva para São Paulo não impediram que Kátia e Eneida cultivassem a fraterna amizade. As cartas trocadas entre elas noticiavam o progresso nos estudos, os namoros, os noivados e os casamentos! Eneida casou-se em 1955 com Rubens Samuel de Almeida e fixaram residência em Goiânia e Anápolis, onde nasceram os filhos Hegmann, Heber e Hermani. Kátia graduou-se em História e, em 1958, casou-se com Wolmer Alves de Brito; em São Paulo nasceram os quatro filhos do jovem casal: Christiane, Elisabeth, Júnior e Luciana. Embora distantes geograficamente, as amigas mantiveram firme a amizade. Os telefonemas encurtavam as distâncias, levavam e traziam notícias das conquistas dos filhos, das alegrias da vida e dos momentos detristeza e dor.
Inverno
Os filhos cresceram e, um a um, foram partindo a estudo, a trabalho, para suas vidas; a cada partida, o inevitável: o espaço vazio da casa da solidão! Os maridos também partiram: Eneida ficou viúva em 1967; Kátia, em 2002. Desde então, os telefonemas entre elas tornaram-se mais frequentes, com hora e data marcados: sábado ou domingo à noite. Elas “tricotam” horas a fio, contam das viagens, dos médicos, da chegada encantadora dos netos e bisnetos, da vida que todo dia bate na janela e traz o sopro divino para a vida delas.
Ao celebrarem seus aniversários – Kátia (30 de maio), Eneida (5 de junho), elas passam juntas as duas semanas que entremeiam essas datas. Eneida pega a ponte aérea Rio – São Paulo e hospeda-se na casa da amiga para celebrarem a nova primavera. Logo após a festa de Kátia, elas embarcam para a “cidade maravilhosa”para festejar com os Palma Lima o aniversário de Eneida. Nesses dias sem hora para dormir e acordar, elas conversam o tempo todo, assistem a filmes e peças de teatro, passeiam em shoppings, apagam as velinhas de seus bolos. É uma festa só! Uma alegria só!
– Presente? Que presente!!! Essa amorosa amizade de mais de 70 anos é perfume sagrado, buquê de flor, pedra preciosa, amor!