História : A capelinha,a igreja, o santuário…

Resenha elaborada por Waldomiro Benedito de Abreu e divulgada pelo Conselho Municipal de Cultura em 1979, conta que entre 1689 e 1690, em data ignorada, quando Pindamonhangaba ainda era um bairro de Taubaté aqui começou a funcionar uma igreja de porte pequeno, cujo orago é Nossa Senhora do Bom Sucesso. Sua construção é devida ao padre João de Faria Fialho e o local onde ela fora edificada leva hoje a denominação deste religioso, praça Padre João de Faria Fialho.
Em 1707, por iniciativa do mencionado sacerdote, construiu-se uma nova igreja e a primitiva cedeu seu orago para esse templo, que fora edificado onde hoje é a capela-mor da matriz, ou seja, Santuário Mariano. Com isso, em 1º de dezembro de 1727, a igreja velha tomou o nome de São José. Nome dado por D. Antônio de Guadalupe, 4º Bispo do Rio de Janeiro, em sua passagem pela vila. Esta autoridade eclesiástica ofereceu uma imagem do santo à igreja “para que ela daí por diante assim se intitulasse”. Essa igreja foi demolida em 1840, sendo edificada outra, no largo São José, a atual praça Barão do Rio Branco.
E aquela tosca e modesta capela construída em 1707, acabaria sendo o ponto de origem para o surgimento da imponente igreja que destaca o centro histórico de Pindamonhangaba.

A transformação artística

No livro de Athayde Marcondes (Pindamonhangaba, 1922) encontramos que a igreja Matriz (atual Santuário Mariano e Diocesano Nossa Senhora do Bom Sucesso) até 1840 contava com cinco altares, altar mor, dois colaterais e dois para fora, que eram o do rosário dos brancos e o dos pretos. Era feita de taipas de pilão e naves de pau ripado, sendo a cobertura de telhas. Somente a capela-mor era forrada, possuía dois sinos, sacrário dourado, pia batismal de pedra e uma pia também na porta principal. Conta Athayde que havia nessa matriz quatro irmandades: a do Santíssimo Sacramento, a da Senhora do Bom Sucesso e a das Almas e a do Rosário dos Pretos.
Em 1841 foi reedificada pelo pedreiro José Pinto dos Santos (obras iniciadas pelo monsenhor Ignácio Marcondes), quando então demoliram a frente da igreja e, em 1842, começaram os alicerces do novo frontispício.
Em 1853 ficou completamente reformada pelo construtor Francisco Pereira de Carvalho, o Chiquinho do Gregório, que teria “dirigido o serviço sem perceber retribuição alguma”. Coube ao mestre pedreiro José Pinto dos Santos “executar o risco com toda a perícia”, registrou Athayde.
À medida em que o tempo passava, graças a movimentos e campanhas da população, contribuições de barões e baronesas de Pindamonhangaba, o templo passou pelas intervenções que se fizeram necessárias para mantê-lo altaneiro e em condições de receber os fiéis de Nossa Senhora do Bom Sucesso.

Santuário Mariano completa 33 anos

Considerado um dos mais antigos templos religiosos da Diocese, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso comemorará no dia 24 de junho próximo, 33 anos de Santuário Mariano e Diocesano. Elevação ocorrida no Ano Mariano de 1988, dia e mês acima citados. Na época, era pároco o inesquecível padre Benedito Gil Claro. A cerimônia foi presidida pelo bispo Dom Antônio Afonso de Miranda.

Restauração

Recentemente, o pároco Kleber Rodrigues da Silva, padre responsável pela Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, esteve na Câmara Municipal de Pindamonhangaba apresentando aos vereadores um projeto de Restauro da Igreja Matriz. O projeto, coordenado pela Unitau – Universidade de Taubaté por intermédio do NPPC – Núcleo de Preservação do Patrimônio Cultural, estaria em fase de cadastramento junto aos órgãos do Governo, para depois conseguir realizar a captação de recursos.
A iniciativa em buscar recursos para manter o histórico templo ao longo das décadas sempre de pintura renovada, edificação restaurada naquilo que se torne necessário é medida providencial para que o prédio se sobressaia entre as construções seculares do município.
A beleza arquitetônica do Santuário Mariano, a histórica igreja matriz tem sido motivo de admiração principalmente por aqueles que visitam o município. Impossível não apreciar seu belo frontespício, cuja característica renascentista, segundo o arquiteto e escritor pindamonhangabense Maurício Puppio, “evidencia a simetria precisa e o equilíbrio dos elementos de adorno transmitindo elegância e suntuosidade”.

Nota.: O leitor pode conferir na página da Diocese de Taubaté – Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso – Pindamonhangaba, toda a trajetória de transformações, restaurações efetuadas durante a existência dessa igreja, assim como informações sobre o templo em seus aspectos internos e externos etc.
O livro de José Lelis Nogueira “História de Pindamonhangaba – Resenha para iniciantes” (Gráfica 1a Leitura- 2020), traz capítulo dedicado à igreja ou capela primitiva

  • Ilustração encontrada no livro de Athayde Marcondes (Pindamonhangaba Através de Dois e meio Séculos – Gráfica Tupy 1922) de como seria a primeira e tosca capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso construída pelo padre João de Faria Fialho no logradouro público perpetuado com seu nome (Praça Padre João de Faria Fialho) - Créditos da imagem: Arquivo TN
  • A igreja matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso no início do século XX - Créditos da imagem: Óleo sobre tela de Mário Tanaka
  • Aspecto interno do Santuário Mariano Nossa Senhora do Bom Sucesso - Créditos da imagem: Alan Modesto Portal R3