Nossa Terra Nossa Gente : A ORQUESTRA DE CORDAS DA CORPORAÇÃO MUSICAL EUTERPE

Na terra do virtuoso maestro João Gomes de Araújo, da Faculdade de Música Santa Cecília – única instituição de ensino superior de formação de músicos do Vale do Paraíba -,da Banda Euterpe -a mais antiga corporação musical do Estado de São Paulo a celebrar 196 anos no próximo 22 de agosto -, eis que surge, em 2012, a Orquestra de Cordas da Corporação Musical Euterpe, um celeiro de jovens músicos para a bicentenária musa lírica de Pindamonhangaba.
Atualmente composta por 16 integrantes: primeiros violinos (Jade, Lívia, Stefani, Luiza e Isabelle), segundos violinos (Marcos, Amanda, Lucas, Miguel e Antonio), violas (Cristian e Gabriel), violoncelos (Geovana e Vitor) e contrabaixo (Ruan e Guilherme), a Orquestra de Cordas da Euterpe conta com a direção artística e regência do maestro Willians Jobair da Silva, um pindamonhangabense que “nasceu num berço de músicos” e, ao ganhar seu violino aos dez anos, aprendeu as primeiras lições com os próprios tios.
Na adolescência e juventude, Willians tocou na Banda Musical do Externato, na Banda Marcial Dragões de Pindamonhangaba e na Corporação Musical Euterpe, tendo sido aluno de Teoria Musical da inesquecível Irmã Cecília, a quem devota profunda gratidão pelas lições que foram decisivas no seu ingresso na Banda de Música da Escola de Especialistas da Aeronáutica.
Os estudos de violino Willians efetuou na “Fêbo Camargo”, instituição taubateana em que também foi auxiliar e professor de violino, tendo ainda tido a oportunidade de estudar regência no 32º Festival de Inverno desse renomado conservatório musical. Atualmente, à frente da Orquestra de Cordas da Euterpe, é ele quem seleciona o repertório de músicas a serem executadas(dos clássicos aos temas de filmes e de gênero popular) e quem transmite aos alunos iniciantes e de níveis intermediários e avançado as lições apreendidas ao longo de sua brilhante carreira de músico, formando novos instrumentistas de cordas para a Banda Euterpe ou outras esferas profissionais.
É o caso de Viviane Araújo, violonista da Orquestra de Cordas e, hoje, membro da Orquestra Sinfônica Heliópolis, a primeira orquestra do mundo que surgiu numa favela e um dos principais grupos sinfônicos jovens do país, reconhecida por sua qualidade artística no Brasil e no mundo.
Para o maestro Willians, qualidade e diversidade estão dentro do mesmo compasso, na missão educadora que, desde 2012, a Corporação Musical Euterpe abraça na formação musical da juventude pindamonhangabense. Nisso consiste o valor social e cultural da Orquestra de Cordas para seus integrantes: oportunidade de estudar música e, com isso, conquistar uma profissão futura.
Por causa da pandemia, as aulas têm sido remotas e os ensaios efetuados presencialmente apenas com os distintos grupos de instrumentistas – violinos, violas, violoncelos e contrabaixos. Os integrantes, cujas idades variam de 10 a 23 anos, são oriundos do centro da cidade, do Feital, Cidade Nova e Araretama.
O maestro Willians é também um orquestrador de sonhos: o retorno presencial dos ensaios e das apresentações para grandes públicos e, também, a busca de iniciativas solidárias que viabilizem bolsas de estudos para os estudantes.
Sabemos que a música pode salvar as jovens vidas das drogas e do tráfico, pode unir nações, pode fazer os surdos que somos ouvirmos as pautas que os anjos tocam para nós… Por isso, a Orquestra de Cordas da Euterpe tem sido um instrumento, afinadíssimo, a revelar-nos a mais bela das músicas: o seu projeto social em prol da juventude pindamonhangabense. Esta ‘música’, embora ainda careça da iniciativa solidária para manter sua harmonia, há de circularem nossa terra, entre nossa gente, para sempre.
E a quem possa interessar, um recado do maestro Willians: há vagas disponíveis na Orquestra de Cordas para novos integrantes!