A POESIA DE JOSÉ VALDEZ DE CASTRO MOURA: DÁDIVA DIVINA, DIVINO AMOR
A vida humana tem estações assim como a terra, cada qual com sua beleza e poder específicos. E dádivas. A vida do cearense de Limoeiro do Norte e “pindamonhangabense de coração”, José Valdez de Castro Moura, também: ele é poeta, médico, professor universitário, espiritualista, conferencista, esposo, pai e avô amoroso. Além dos os títulos e das honrarias conquistados ao longo de sua carreira profissional e literária, eis algumas dádivas com que o dileto amigo e confrade da APL nos tem presenteado.
De todas elas, destaco a sua poesia, manto com o qual sua mãe, a professora e poetisa Anilda de Castro Moura, envolveu-o ainda no berço e que o filho estimado cultivou como herança materna e bem precioso.
A poesia o acompanhou durante os anos de sua formação como seminarista no Colégio Diocesano de Limoeiro do Norte, à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Maranhão, também em sua clínica médica no setor de pediatria, em suas aulas na Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté e em seus estudos de mestrado e doutorado na USP… Feito anjo amigo de todas as horas, porto da a sua vida.
A primeira trova de sua autoria (poema de 4 versos de 7 sílabas métricas cada, em que o 1º rima com o 3º e o 2º com o 4º) foi composta em 1980 e, para sua surpresa, laureada com um prêmio da União Brasileira de Trovadores – UBT:
Vida
Do porto de minha vida
partem barcos de esperança:
uns soçobram na partida,
outros voltam na bonança.
Em 1992 foi convidado pelo presidente da UBT, Iso Goldman, para fundar a Sessão da UBT-Pindamonhangaba. Desde então, seu trabalho em prol dos concursos anuais realizados nesta cidade princesa tem sido louvável. São muitos os trovadores do Brasil e do exterior homenageados a cada ano; além deles, estudantes a partir do 6º ano do Ensino Fundamental (antiga 5ª série) das redes pública e particular, com o concurso estudantil Juventrova.
Mesmo com todos os compromissos profissionais de sua clínica médica e de suas aulas como professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté, este médico literato sempre encontrou tempo para a poesia!
Ele só não havia encontrado ainda tempo para publicar seus escritos. Assim como a terra celebra as dádivas de cada estação, Dr. José Valdez de Castro Moura celebra os primeiros dias de sua aposentadoria… É inverno. As quaresmeiras da serra estão a florir. Os livros de sua autoria florescem também. Em breve seremos agraciados com a edição de suas crônicas filosóficas e críticas literárias publicadas em sua coluna “Vanguarda Literária” no jornal Tribuna do Norte (foi também publicada no extinto Jornal da Cidade), com seus poemas e trovas premiadas e, ainda, coma biografia poética de sua mãe. Esta obra que está a florir primeiro, em tributo aos 100 anos de D. Anilda de Castro Moura (17 de janeiro de 1917), é o presente que o nosso poeta e trovador escolheu para ofertar à memória daquela que lhe concedeu vida e poesia, dádivas divinas, divino amor.