Acidente deixa 71 mortos
O avião fretado que levava o time da Chapecoense para o maior jogo da história da equipe caiu na Colômbia devido a uma pane elétrica, matando ao menos 71 pessoas, informaram autoridades na terça-feira (29), no pior acidente da história do esporte brasileiro.
A Chapecoense estava a caminho de Medellín para enfrentar o Atlético Nacional, nesta quarta-feira (30), na partida de ida da final da Copa Sul-Americana, a primeira decisão internacional do clube.
No voo ainda estavam 21 jornalistas de várias emissoras e rádios que fariam a cobertura da partida.
O chefe do departamento de aviação civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra, disse na terça-feira de manhã que foram confirmadas 71 mortes, com seis sobreviventes feridos, em decorrência do acidente ocorrido por volta das 22h15 de segunda-feira (horário local).
As autoridades colombianas identificaram os sobreviventes como os jogadores Alan Ruschel, Jackson Follmann e Hélio Neto; o jornalista Rafael Valmorbida; a aeromoça Ximena Suárez e o técnico de voo Erwin Tumiri, ambos bolivianos. Dois dos sobreviventes estão em estado grave.
Follmann, goleiro reserva da Chapecoense, teve uma das pernas amputadas em decorrência do acidente. O goleiro titular Danilo chegou a ser resgatado com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente.
No local da tragédia, em La Unión, perto de Medellín, dezenas de corpos ficaram espalhados ao redor dos destroços da aeronave, segundo um fotógrafo da Reuters. Cerca de 30 socorristas e policiais vasculhavam o avião, que levava 77 pessoas.
A aeronave, um BAe 146 que realizava um voo fretado, se partiu em dois, e apenas o bico e as asas estavam reconhecíveis, enquanto a cauda ficou completamente destruída pelo acidente, segundo o fotógrafo.
O avião declarou situação de emergência minutos antes da queda devido a problemas elétricos, de acordo com autoridades do aeroporto de Medellín, onde pousaria.
HERÓIS DA CIDADE
Em Chapecó, centenas de pessoas se reuniram do lado de fora do estádio do time, a Arena Condá, após a tragédia.
“Era a motivação da cidade, jogavam por amor à camisa e não por dinheiro. Jogavam com garra, só quem mora aqui sabe o que eles fizeram pelo time”, disse à Reuters o estudante Jean Panegalli, de 17 anos. “Saíram da Série D e chegaram na final da Sul-Americana. Eram feras demais”, acrescentou.
O mundo do futebol prestou diversas homenagens, incluindo nomes como Pelé, Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi.
Clubes brasileiros anunciaram medidas para ajudar o time, como o empréstimo gratuito de jogadores, após a morte de atletas e comissão técnica da equipe catarinese.
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) suspendeu a partida em Medellín, e o Atlético Nacional pediu aos organizadores da competição que o título seja entregue ao time brasileiro.
A Confederação Brasileira de Futebol também suspendeu a final da Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético Mineiro, que seria disputada na quarta-feira, e adiou a última rodada do Campeonato Brasileiro, que seria realizada no domingo.