Editorial : Acolher é preciso

Nesta edição vemos que o município conta com um atendimento específico destinado a mulheres que sofreram violência sexual. Qualquer mulher vítima de violência sexual pode procurar uma unidade de saúde de Pindamonhangaba e comunicar o fato para receber o acolhimento de uma equipe multiprofissional, treinada e especializada.

O tratamento inclui notificação à vigilância, encaminhamento à Saúde da Mulher que, em parceria com a Vigilância Epidemiológica e setor de Infectologia, realizará a coleta de material para exames, a contracepção de emergência, profilaxia de DST/HIV e comunicação à psicóloga e assistente social da Delegacia da Mulher.

A violência contra a mulher é um problema de várias frentes no Brasil e, com a pandemia, ficou claro que ainda estamos distantes de uma solução: as denúncias recebidas pelo canal 180 (Central de Atendimento à Mulher) cresceram quase 40% durante a pandemia, de acordo com dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Muito se fala sobre as razões por trás desse gargalo social, como fatores culturais, falta de rede de apoio e falhas na segurança pública, por exemplo. Mas no que se refere à prevenção e combate a essas duras estatísticas, o setor da saúde tem um papel central: é pela porta de uma UBS (Unidade Básica de Saúde) ou pronto-socorro, muitas vezes, que profissionais se deparam com casos de violência física, psicológica e sexual contra a mulher. Mas quais são os protocolos nessa hora? Como esse profissional deve agir?

É preciso compromisso das instituições de saúde com o treinamento de seus profissionais, elaboração de protocolos e informações sobre a rede intersetorial para que não só seja possível identificar os casos e notificá-los, mas também encaminhar as vítimas para o serviço mais adequado. É isso que vem sendo feito em Pindamonhangaba.

É importante reforçar ainda que é por meio da crescente notificação de casos de violência contra a mulher que esse assunto ganha cada vez mais relevância e o Poder Público passa a tomar atitudes e criar políticas públicas destinadas a resolver esse problema. Portanto, se você for uma mulher vítima de violência ou se você sabe de um caso de violência contra uma mulher. Não deixe de denunciar, ligando 180.