História : Aconteceu na Pinda antiga…
História de hoje traz fatos interessantes que teriam ocorrido em Pindamonhangaba e divulgados no jornal Tribuna do Norte na primeira década dos anos 1900.
Iniciamos com esta de 1905. É curioso encontrarmos naquela Pindamonhangaba, de quase 120 anos atrás, um fragrante de preconceito contra manifestações culturais e religiosas. Mais curioso ainda: tinha quem ousasse tecer suas críticas contra tais manifestações no jornal.
Cantoria do Divino
Em sua edição de 19 de novembro daquele ano, atendendo a um seu assinante, publicou a Tribuna:
“Escreveu-nos um assinante:
Peço-lhe, senhor redator, chamar a atenção do coronel intendente para ao bando de homens da roça, que, armados de viola, tambor e mais não sei o que, anda a percorrer a cidade, pedindo esmolas para a Festa do Divino e gaguejando umas cantigas muito desengraçadas.
Isso já não é permitido em uma cidade e há muito que uma folia assim formada, não era capaz de se animar a andar pelos bairros de qualquer aldeia.
E que cantigas que os foliões andam a improvisar?
Ontem ao passarmos em frente ao teatro vimos o bando ali parado, e a cantar as seguintes quadras sem pé nem cabeça:
Viva seu Leme Sobrinho!
Viva o Dr. Intendente!
E também o Dr. Gustavo
diga viva minha gente!
Pessoas muito queridas,
de muita democracia!”
Concluindo, o reclamante acentuava: “Ora essas tolices não podem ser toleradas em uma cidade como a nossa.”
A Tribuna, como quem se isenta ou hesita em dar um parecer, assim complementou a nota: “Aí fica a reclamação para ser tomada na conta que merecer”.
Patrimônio cultural imaterial.
Com a aprovação do Decreto 3.551, de 4 de agosto de 2000, entraram em cenas novas políticas de conservação e construção de acervos diversificados de expressão cultural que valorizavam os bens de natureza imaterial. Este decreto instituiu o inventário e o registro dos bens culturais de natureza imaterial ou intangível no Brasil. Com isso, segundo estudiosos do assunto, “o patrimônio foi deixando de ser simplesmente herdado para ser estudado, discutido, compartilhado e até reivindicado”.
(A Festa do Divino Espírito Santo de Piracicaba – IPPLAP)