Lembranças Literárias : Alma solitária
Publicada dia 22 de março de 2018
O vento melancólico e cruel
geme por entre os galhos morimbundos,
e seu pranto é amargo como o fel.
E o vento a chorar… Chora amargo o vento.
Suas rajadas rasgam sem piedade
as entranhas do bosque agonizante.
E as folhas mortas dançam junto ao vento,
que alucinado açoita e varre o bosque.
Os galhos nus se agitam contra o céu
acizentado nubloso e entristecido…
E esse vento implacável a chorar…
O vento que a chorar a tudo açoita,
o bosque sem ninguém, frio, deserto,
apenas são minha alma solitária.
Luiz Gonzaga S. Marcondes, jornal Tribuna do Norte , 21/7/1963