Anfape explica por que o seguro popular só ficou no papel
O Seguro Auto Popular já existe no Brasil, porém, apenas no papel. Na prática, os consumidores brasileiros que buscam por uma alternativa mais barata à apólice tradicional continuam sem assistência. E por quê?
A Anfape – Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças – explica que a modalidade começou a valer no último 1 de abril mas as suas regras, na prática, impedem as seguradoras de oferecerem o produto ao consumidor final.
Não existem peças originais de fábricas, usadas ou recondicionadas, em volume compatível com a enorme demanda do seguro popular. Uma alternativa seria a utilização de peças novas alternativas, similares às peças originais. São as chamadas peças genéricas
Como originalmente o modelo foi concebido, entretanto, apenas peças originais usadas ou recondicionadas seriam admitidas, mas não uma peça do mercado independente, ainda que esta fosse nova.
O cenário pode mudar completamente com a revisão das regras pela Susep, Superintendência de Seguros Privados, que estuda admitir a utilização também de peças novas, similares às originais, porém mais baratas, oferecidas pelo mercado independente, representado nacionalmente pela Anfape.
“Não apenas os potenciais usuários do Seguro Popular como também os de seguro tradicional necessitam ter liberdade de escolha. Atualmente, as seguradoras só podem utilizar peças originais, isto é, as disponibilizadas pelas montadoras, o que torna os consumidores reféns dos preços abusivos praticados por essas empresas”, defende Roberto Monteiro, diretor executivo da Anfape.
As peças fabricadas pelo mercado independente possuem marca própria e a devida garantia. Muitas têm certificados, seguem rigorosos padrões de qualidade e são encontradas nas lojas de autopeças. “A alta disponibilidade de peças e os melhores preços certamente ajudariam a criar opções mais baratas de seguros”, observa Monteiro, referindo-se tanto ao Seguro Popular como ao tradicional.