Apae adere reivindicação e pede melhorias no convênio com o Estado

A Apae – Associação dos Pais e Alunos Excepcionais se reuniu com responsáveis nessa quarta-feira (23) para informar sobre os acontecimentos e paralisaram as aulas no dia, em forma de protesto. Isso ocorreu para pedir que às autoridades do Governo do Estado façam a manutenção do convênio educacional, firmado com a Secretaria Estadual de Educação. É com esse repasse de verbas que as Apaes mantêm os profissionais de ensino pedagógico.
O movimento foi aderido junto as demais instituições da Apae de São Paulo, que reivindicam as mesmas manutenções. À tarde, por volta das 14 horas, representantes se dirigiram até a Alesp – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para conscientizar e pedir essa atualização das verbas.
Desde 2014 o valor repassado às instituições não é atualizado, e faz com que as associações tirem do próprio orçamento e paguem os professores, resultando em uma verba menor para manter a Apae. “Antes a assistente social recebia para atender 16 pessoas, hoje são atendidos 42, e ano que vem esse número vai para 52 pessoas, porém, o repasse para nós permanece o inicial, de 16 pessoas”, lamenta a presidente da associação, Giovana Amaral.
A presidente explica, que para pagar os profissionais, o dinheiro que seria usado para outras áreas, está sendo aplicado para mantê-los, sendo que de acordo com o contrato, o governo do estado quem deveria repassar a verba. “Todo ano tem o ‘dissídio’, mas esse valor não é atualizado. Todos os gastos aumentam, e o repasse para nós continua o mesmo”, ressalta. Giovana acrescenta que no próximo ano, mais dois ou três profissionais não serão cobertos com o convênio, além da aprendizagem aos alunos autistas, desnivelando a receita da Apae que cobre esses gastos.
Além das aulas escolares, a Apae trabalha para que outras habilidades sejam desenvolvidas, atividades como a marcenaria, pintura, cozinha e cuidar da horta, natação e brincadeiras são praticadas. Na padaria artesanal, eles aprendem a fazer pães e aperfeiçoar as capacidades motoras, tanto que 14 alunos já estão no mercado de trabalho.
Como o objetivo da associação é a inclusão das pessoas com deficiência, a Apae de Pindamonhangaba leva os alunos a diversas competições e eventos a nível nacional para que ele se integre a sociedade. Contudo, esses gastos são custeados com o dinheiro da associação.

 

A Apae

Atualmente, mais de 200 pessoas são atendidas, com idades a partir de 5 anos. De acordo com as novas diretrizes de ensino, os alunos de idades iguais devem frequentar a mesma turma, mesmo se as deficiências forem diferentes, ao contrário de anteriormente, onde a sala correspondia igualmente. Agora, isso faz com que os professores planejem o estudo diferenciado para cada aluno, resultando em uma atenção e trabalho maiores.
É na entidade que ensinamentos básicos como de higiene e alimentação são ampliados porque nas residências as famílias não acreditam na capacidade e fazem as ações por eles. “Aqui nós buscamos a independência e autonomia dos alunos”, explica a presidente da instituição, Giovana Amaral.
Um exemplo é na cozinha, onde os maiores de 30 anos continuam na instituição, a partir dessa idade é necessário desligá-los da entidade, porém, para que isso não aconteça eles mantêm esse e outros programas. “É muito doloroso fazer eles irem embora, por isso criamos essa atividade. No entanto nosso recurso é cada vez menor para mantê-los”, lamenta a diretora, Vera Lucia.

Trabalho

A principal deficiência trabalhada na Apae é a intelectual, onde há um atraso no desenvolvimento, na qual a idade cronológica não corresponde à idade mental e a pessoa possui limitações em habilidades como comunicação, cordenação motora e adaptação social.
Muitos confundem com a deficiência mental, onde há uma alteração com a realidade, no qual deve ser tratado com medicamentos e psiquiatras.

Orçamento

A estrutura da unidade é grande, porém, o orçamento é pequeno perto do número de pessoas que atendem. Recentemente uma sala de autismo foi aberta, mas comporta só dois alunos, esse atendimento é pequeno devido a diretriz didática, que merece uma atenção maior pois o distúrbio interfere na capacidade da pessoa se interagir e se comunicar.
Outros fatores de orçamento que interferem na instituição é a sala de informática, com computadores antigos e que precisam de manutenção, para o desenvolvimento dos alunos.
O atendimento na área da saúde conta com dentista, mas, ressalta a diretora, não há neurologista, o que seria muito importante para os alunos, já que a maior parte precisa desse atendimento, justamente para melhor desenvolvimento e autonomia.
Para que a verba seja suficiente para manter os funcionários e a instituição, a Apae aluga a piscina para universidades, faz almoços, pizzas, feiras, bazares, participa das festas na cidade e recebe a contribuição das empresas em notas fiscais, além da contribuição do governo.
Na unidade, os alunos se sentem parte de uma família, e quando chega o período para eles saírem definitivamente, todos ficam ressentidos. Nas visitas de terceiros os próprios alunos que cozinham. Nos corredores é possível sentir a boa energia das crianças e adultos.
Qualquer um pode visitar a Apae, e os alunos gostam de receber outras pessoas, eles se sentem mais queridos.

Imagens: Divulgação
  • Apae de Pinda promoveu reunião com os pais de alunos para orientá-los sobre a reivindicação junto ao Governo do Estado