Apenas 9% dos brasileiros conseguem pagar despesas de início de ano com o salário
O ano é novo, mas as contas que aparecem em janeiro são quase sempre as mesmas. E as dificuldades em pagá-las, também. De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) somente 9% dos brasileiros afirmam ter condições de pagar as despesas sazonais do início de ano, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e material escolar, sem recorrer a outras fontes que não seja o próprio salário.
O problema, no entanto, tem causa conhecida pelos consumidores menos precavidos: a falta de planejamento. Apesar de 89% dos entrevistados terem declarado fazer planejamento para cumprir com os pagamentos do início do ano, a dificuldade em manter o planejado sem furar o orçamento permanece.
Para Daniel Cavagnari, coordenador do curso de Gestão Financeira, do Centro Universitário Internacional Uninter, a maior dificuldade dos consumidores é manter os compromissos de rotina. “Durante pelo menos nove meses no ano as despesas e receitas são as mesmas, então as pessoas têm a sensação de não precisar controlá-las na ponta do lápis e seguem suas vidas, até que no fim do ano tudo muda”, explica.
O que ocorre entre meados de dezembro e início de março é justamente uma fase de reinício ou até de mudança. Décimo terceiro, férias, material escolar, IPVA e Imposto de Renda, por exemplo, mudam o orçamento da família em pouco tempo e causam o descontrole. “As pessoas que seguem suas vidas financeiras sem controle durante o ano podem continuar sem risco, mas durante esses três meses devem planejar seu orçamento para o restante do ano. E de preferência ainda no início do mês de dezembro”, aconselha.