Após morte de metalúrgico e mais acidentes, funcionários protestam na Novelis

Os trabalhadores da Novelis fizeram uma paralisação na segunda-feira (6), contra o excesso de acidentes na fábrica. Há onze dias, um metalúrgico morreu em um acidente e nesse final de semana ocorreram mais três, dois deles sem vítimas, mas de alto risco.
A principal crítica é o excesso de pressão sobre os trabalhadores, que fica ainda pior com o baixo efetivo e o acúmulo de funções, o que gera um ambiente propício para acidentes, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba-CUT.
A investigação da morte do mecânico Herynton Arruda, de 30 anos, ainda está em andamento e tem participação do sindicato, da Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – e de outros órgãos como a Polícia Científica e a Delegacia Regional do Trabalho. O prazo final para conclusão é 26 de julho.
Nesse final de semana, dois incidentes com alto potencial de risco, deixaram os trabalhadores assustados. Os dois ocorreram no setor de Laminação a Frio. Em um deles uma bobina que estava suspensa na ponte rolante caiu após ser atingida por outra bobina. No outro, a porta do forno caiu após a corrente que a segurava ter se rompido durante o conserto, que já era cobrado há vários dias. Os dois incidentes poderiam ter ocasionado vítimas fatais, segundo o Sindicato.
As condições de trabalho foram criticadas pelo secretário de Finanças da instituição, Sérgio da Silva, sindicalista na Novelis. “A gente tem reclamado que vários serviços de risco, como reparo e limpeza de forno, e a Novelis deixa para fazer de noite, quando há menos operadores. Nesse incidente só tinha um eletricista e um mecânico para o setor inteiro”, disse Sérgio.
O terceiro acidente desse final de semana foi com empilhadeira, quando o garfo feriu a perna de um funcionário.
A Novelis emprega cerca de 1.100 trabalhadores na produção de chapas de alumínio.