Banda Daruê grava clipe “Vale a Lama?” sobre tragédia ambiental brasileira
Colaborou com o
texto: Víctor Belmonte
A Banda Daruê, de Pindamonhangaba está finalizando a gravação do clipe para a música “Vale a Lama?”, que fala sobre a tragédia ambiental que marcou o Brasil em 2015: o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG).
Escrita por Marília Maia, integrante da banda, a canção foi escolhida para que uma nova visão do assunto fosse exposta de uma nova maneira: pela arte.
A música já foi gravada e apresentada pela banda em vários shows, mas somente agora está sendo gravado o clipe. A maioria dos envolvidos com o clipe são amigos dos integrantes, que se uniram para ajudar no projeto.
De acordo com a Daruê, a ideia é que o clipe seja diferente dos tradicionais. Um clipe em que a letra corra de acordo com as imagens, usando o apelo social, para que haja uma reflexão de todos sobre a ganância que está cada vez mais pertinente no ser humano. Para que isso seja possível, o diretor de teatro Ademir Pereira entrou como colaborador, trazendo novos conceitos.
Daruê
A Banda Daruê existe desde o ano de 2012, quando os integrantes se conheceram em encontros do Arte do Vale, uma ONG de arte e educação que proporcionava encontros musicais e artísticos em antigas estações ferroviárias, em São Paulo.
Nesses encontros, várias pessoas de diferentes lugares expunham o seu trabalho de forma criativa. Em um desses encontros, algumas pessoas tinham o desejo em comum de formar uma banda, foi aí que começaram um novo projeto, deram início a uma banda até então sem nome, ainda sem identidade.
Em 2012, Marília Maia fez uma viagem à África, e lá pôde aprender um pouco sobre a língua nativa, iorubá, e também aprender algumas palavras. Ao voltar para o Brasil, a banda já tinha seus integrantes definidos e algumas composições, mas ainda sem um nome. Marília propôs “Daruê”, que tem como significado força, vigor. O nome foi aceito, e se manteve até hoje, pela intensidade da palavra, pelo real significado dela.
A fusão dos artistas aconteceu para que eles pudessem se expor em grupo, mostrar que também tinham força junto a outras pessoas, mas o principal motivo de se juntarem foi para que pudessem gravar as músicas que escreviam.
Marília e Laryssa Brandão são compositoras, têm diversas letras escritas e algumas já trabalhadas. As duas buscam temas que façam as pessoas terem um conflito consigo mesmo, e também com as ações cotidianas de todas as pessoas.
Desde então, os quatro integrantes da atual formação da banda começaram a trabalhar juntos, começaram a ensaiar a cada vez mais para que houvesse uma evolução entre eles, para que pudessem realmente chegar ao objetivo que tinham quando decidiram se unir para começar um novo grupo musical.
Momento crítico
De acordo com os integrantes, em 2016 a Banda passou por um momento difícil. Já não havia a mesma motivação, o ímpeto de trabalhar já não era mais o mesmo. Dois integrantes saíram da banda, começaram a desistir pois muito se ensaiava, e pouco se apresentava.
Era a hora de um recomeço, a hora de mudar algo no grupo para que o fim não chegasse. E dessa forma o grupo passou por uma fase de transição. Foi um momento muito importante para a banda, o que possibilitou “novos ares”.
Dois novos integrantes entraram para a Daruê. Além de Laryssa e Marília, as vocalistas e compositoras, entraram o baterista e gaitista Luiz Claudio “Borracha”, e também o baixista Kiko, que já conhecia e convivia com a banda.
Os dois trouxeram, como eles próprios afirmam, uma “nova vibe” para a banda, sempre respeitando toda a estrutura que já havia formada.
A primeira apresentação com a nova formação foi em Pinda, na Festa do Divino, em julho do ano passado. Foi um instante marcante para todos, onde marcou o novo começo.
Estilo
A Banda Daruê não tem um gênero musical fixo, eles se classificam como “New Caipira”, onde tocam todos os ritmos, em busca de agradar ao máximo de pessoas. O estilo da banda faz com que além dos instrumentos tradicionais, também usem alguns diversificados, como o ukulele, a viola clássica, entre outros.
O ritmo mais próximo é o MPB, todavia os componentes do grupo gostam muito de tocar reggae, rap, rock, músicas estilos indie, que consistem em rock com enraização de ritmos mais clássicos, entre tantos outros.
A banda hoje conta com mais experiência, mais vontade de se mostrar para o povo, e fazer com que a música entre nos corações de todos, com músicas sobre a natureza e suas experiências.
Apresentações
As próximas apresentações da Banda Daruê acontecerão nesta domingo (10), no Rancho Fundo, no Ribeirão Grande, e no dia 23 de setembro em São José dos Campos, na Univap. A banda está em todas as redes sociais e também no YouTube como “Banda Daruê”.